17/05/2015

FALSA PARTIDA

Está difícil de arrancar. Ai está, está.

Hoje de manhã já tínhamos as motas prontas, com as mochilas em cima e tudo muito bem coberto com os plásticos, porque ameaçava chover. Fomos tomar o pequeno-almoço junto ao mar, entre domingueiros e outros turistas; e mesmo antes de ir embora passámos na casa onde ficámos na semana passada, para ir buscar os capacetes e uns sacos que pedimos para nos guardarem.

Resumindo porque isto ainda demorou algum tempo e implicou discussões várias: o senhor que aluga a casa estava de folga (por ser domingo) e recusou-se a devolver-nos as coisas. E até estavam outros hóspedes em casa, que nos deixaram entrar e tudo - mas ao que parece o nosso tesouro está trancado a sete chaves num armário/cofre de alta segurança. Sugerimos soluções alternativas, disponibilizámo-nos para ir buscar as chaves do armário, estivessem onde estivessem. Mas contra a má vontade há muito pouco a fazer. O senhor pura e simplesmente não nos queria ajudar.

Amaldiçoámos e chamámos nomes ao senhor, à mãe do senhor, ao piriquito e à vizinha sem dentes. E depois de respirar fundo lá sorrimos um para o outro, "esta cidade não nos quer deixar ir embora."

Ironicamente, estávamos reféns... dos capacetes. Não fazia sentido seguir viagem sem eles, seja por motivos óbvios de segurança, seja pelo valor sentimental e a trabalheira que nos deram, até os encontrarmos. O meu, por exemplo: comprado na Tailândia e passou por mais dois ou três países. Não o podia abandonar assim, sem mais nem menos, sem um adeus. Enfim.

Ou seja: ainda não foi hoje que partimos para a segunda fase desta aventura.

O que não quer dizer que tenha sido um dia "perdido". Afinal, como eu costumo dizer desde os tempos do "Até onde vais com 1000 euros?", a viagem que fiz de bicicleta com o Carlos Carneiro:

Não há passos atrás.
Há passos ao lado.

Mas sobre isso conversamos no próximo post.

1 comentário:

Clara Amorim disse...

Próximo passo...!