17/08/2012

ESTA CIDADE IMPOSSÍVEL


Chegamos hoje ao fim desta série de 11 cidades que tenho partilhado aqui no blog e, "last but not least", eis que surge a cidade mais improvável, mais impossível - e como descrevi aqui, uma das mais estranhas onde já estive.

Se fosse um filme, Chandigarh estava algures entre o Twilight Zone e a Música no Coração. Com realização de Pedro Almodovar.



Construída após a separação da Índia com o Paquistão, é uma utopia do Nehru que nunca foi completamente acabada. É capital de dois estados diferentes, foi desenhada pelo arquitecto franco-suíço Le Corbusier, tem a alcunha d'A Cidade-Jardim. Tem um Parque que é a segunda atracção turística mais visitada na Índia (mas raramente os estrangeiros vão lá) e que faz lembrar o Park Guell, em Barcelona. Tem príncipes do Rajastão a passear os seus bólides nas largas avenidas, tem velhotes a fazer jogging à beira do lago, só não tem estátuas de pessoas - é proibido.

Por estas e por outras, Chandigarh ocupa um lugar especial neste meu balanço de um ano que já lá vai. Demorei-me nesta tarefa, adiei e troquei voltas, e trocaram-me as voltas, e fiz isto-e-aquilo e já é quase hora de fazer o balanço deste que corre.

Mas mais vale tarde que nunca, e fico contente por ter completado esta série. Fora desta lista ficam lugares como Amritsar, Delhi, Bombaim, Trivandrum, Bhubaneshwar, Rishikesh, Darjeeling ou Patnem Beach - todos na Índia. Ficam de fora Xangai (China) e Suzdal (Rússia), Saigão (Vietname) ou Bangkok (Tailândia). Mas só podiam ser onze. Em todos estes e em outros lugares, passei dias bons e menos bons, vivi experiências intensas e pacatas - todos despertam, só de os enunciar, alguma nostalgia. Ainda bem que é assim. Já diziam os antigos: antes a mais, do que a menos. :)

Voltando a Chandigarh: é um lugar estranho, pois é. Mas tinha planeado ficar apenas um ou dois dias, e demorei-me quatro ou cinco. E espero voltar. Ficam algumas fotos.



























16/08/2012

ESTA CIDADE ASSIM-DE-REPENTE


Soldadinhos de chumbo e catedrais engalanadas, velhotas taxistas e noivas vestidas de branco, prédios espelhados e blocos de apartamentos soviéticos.

Como qualquer cidade que se preze, também Kiev é uma miscelânia de influências, estilos, manias e modas.

A capital da Ucrânia é a 10ª cidade a marcar presença esta lista de 11 que marcaram o meu 2011. É, entre todas, aquela onde passei menos tempo - foi uma visita-relâmpago, a caminho de Moscovo, três dias só porque sim, porque-fica-a-caminho, até-dá-jeito e já-agora.

E assim de remente: gostei.

















15/08/2012

ESTA CIDADE, UM DIA DESTES


A capital da Geórgia foi mais uma das cidades-estreia de 2011. Nunca tinha visitado o Cáucaso - e muito sinceramente, o tempo que lá passei no ano passado (pouco mais de uma semana) não foi suficiente. Um dia destes quero ficar mais tempo, quero explorar melhor o país, atravessar as suas fronteiras e conhecer também a Arménia e o Arzebeijão.




A minha curta estadia em T'bilisi e o passeio a Kazbegi foram uma espécie de trailer, agora resta-me esperar pela estreia do filme.

Não sei quando vou conseguir voltar. Não tenho planos, não tenho tempo, pelo menos num futuro breve. Mas quero - e vou - voltar.

Um dia destes, o meu amigo Davit desafiou-me a comer um kebab que, segundo ele, é o melhor do mundo. Não fiquei muito convencido, para mim kebab é na Turquia... mas quando experimentei... nem queria acreditar. O truque? Coentros, em vez de salsa.

E T'bilisi é assim: fértil em pequenas surpresas, orgulhosa mas tímida, com uma identidade cultural forte e uma discreta criatividade.

Um dia destes, volto para a perceber melhor.