04/03/2013

UMA CIDADE DE NÚMEROS


Sei que estou "bem entregue" em São Paulo, mas não resisti a googlar um pouco sobre esta que é a minha primeira paragem na aventura pela América do Sul.

Descobri que foi fundada no século XVI por Missionários Jesuítas, chamava-se São Paulo dos Campos de Piratininga e hoje é a maior cidade do Hemisfério Sul. É a capital financeira, gastronómica e cultural da América Latina, vai ser palco do jogo de abertura do Mundial de 2014 e é a cidade com a maior comunidade japonesa fora do Japão. É palco da chamada "Virada Cultural", que são 24 horas de actividades culturais por toda a cidade.

Mas não é de factos históricos nem outros bla-bla-blás que trata este post. Porque em todos os artigos, reportagens, fóruns e páginas que li na net, o que mais me impressionou foram os números.

São Paulo tem cerca de 19 milhões de habitantes. Alguns sites dizem que é a 3ª maior cidade do mundo, mas também li que era a 5ª, a 8ª, a 9ª... enfim, está seguramente entre as dez maiores. Tem mais de 48.700 ruas cadastradas. Quase 3 milhões de cães, mais de meio milhão de gatos - e espantem-se: mais carros do que o Rio de Janeiro tem pessoas. Aliás: quase tantos carros quanto pessoas em Portugal. São mais de 7 milhões!

Nem quero imaginar a hora de ponta. Até porque o próprio sistema de transportes públicos contribui para o potencial caos: mais de 15.000 autocarros... em 1333 linhas!

Sampa, como é carinhosamente chamada pelos paulistanos, tem 110 museus e centros culturais. Mais de 400 cinemas e teatros. Cerca de 15.000 bares e discotecas. Quase 13.000 restaurantes de nível internacional. E tem 6.000 pizzarias. Aliás: a cidade come mais de um milhão de pizzas por dia. Quase 750 fatias por minuto. E bebe 30 milhões de chávenas de café, diariamente.

Há qualquer coisa de esmagador - e eu estou quase a embarcar num voo para lá. Tem piada: quando comecei a planear esta viagem, idealizei o arranque no Rio de Janeiro. Imaginei-me a levantar voo de Lisboa, com o Cristo Rei e o Tejo a despedirem-se de mim... e a aterrar depois com o Redentor a dar-me as boas vindas. Nesta minha fantasia, a paisagem era feita de postais e ideias-feitas.

Depois houve mudança de planos, alguns contratempos, novas prioridades. Troquei as voltas às voltas, assumi as reviravoltas e aqui estou em Barcelona, a fazer horas no aeroporto porque afinal nem sequer vou passear uns dias aqui como era suposto... e amanhã chego a uma cidade de números.

Uma cidade de números - numa viagem que tem números no nome. Há coincidências curiosas.

Mas São Paulo é também uma cidade de abraços. Não tenho o Cristo Redentor à espera, mas tenho vários amigos de longa data e geografias várias - e até família. Todos de braços abertos. Sim: em São Paulo fico em boas mãos.

5 comentários:

Tita disse...

Que inveja...boa viagem

Clara Amorim disse...

A viagem praticamente a começar e nós já tantas coisas aprendemos!

Clara Amorim disse...

Ou seja, ficamos também em boas mãos!!!

Tiago Pereira disse...

Vou tentar acompanhar esta aventura aqui pelo blog. Descobri-a através de uma noticia que li hoje no JN.
Também costumo viajar mas nunca durante tanto tempo...
Vai contando coisas :)
Boa viagem.

Anónimo disse...

Também li a entrevista no JN e vou acompanhar, da mesma forma que acompanhei o até onde vais com 1000 euros. Boa aventura e que o vento te dê pelas costas, Jorge.