Diz o povo (e diz bem) que a seguir à tempestade vem a bonança.
Como prometido, saí de Bhopal assim que pude: enfiei-me num autocarro a cair de podre e fui para Sanchi, uma aldeia muito pacata à beira da estrada, com umas stupas budistas no cimo de um monte. Património da Humanidade, um sucesso entre os monges do Sri Lanka.
Sanchi não tinha nada de especial – se calhar foi por isso mesmo que gostei tanto do sítio. Muito calmo, gente simpática, bicicletas a 5 rupias por hora.
Aluguei uma e fui dar uma volta, 15km até Vidishya onde supostamente há uns templos e outras coisas giras para ver, mas a confusão era tal que a certa altura desisti do turismo propriamente dito e limitei-me a pedalar entre o trânsito e o caos, nas ruas cheias de gente e comércio e vacas e lixo.
Estou ma-ra-vi-lha-do.
É isto que eu gosto na Índia. Por muito que haja para ver, Taj Mahais e outros Monumentos Tais, o melhor de tudo, o que realmente me agarra, o que me faz voltar é o ritmo. É a confusão, é o barulho, são as vacas que se atravessam, os putos a dizer “hallo” e os personagens que parecem tirados dos filmes do Indiana Jones, outros directamente do imaginário de Bollywood. É o ter de estar sempre atento, o não ter descanso, estar a adorar e pouco depois ter de me controlar para não ter um ataque de nervos, mas não faz mal porque logo a seguir já estou apaixonado outra vez.
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