31/03/2007

POIS É!

Rapidamente, porque não estou com muita paciência: a viagem de comboio de Shimla para Kalka é um espectáculo; a de Kalka para Delhi é igual a tantas outras. Adorei, tirei muitas fotografias, repetia e recomendo, está dito.

Quanto a Delhi: continuo fascinado com a cidade, é uma das grandes surpresas desta terceira vinda ao subcontinente. Das outras vezes evitei sempre vir a Delhi, contentava-me com Bombaim e umas quantas cidades menores, ainda bem que desta vez tive de cá vir – a primeira vez por uma boa razão (encontrar o Hamid e a Joana), e agora porque a Joana se vai embora.

Depois de duas semanas full speed, a Janota volta para casa – e eu fico outra vez entregue a mim mesmo e aos trinta e três milhões de deuses que por aqui andam. E às vacas.

29/03/2007

SABIAS QUE...






2007 é o Ano Dedicado ao Serviço ao Passageiro com um Sorriso?

DÁ QUE PENSAR

Desta vez, no hotel de Shimla. Um poster na parede com uma paisagem paradisíaca, e num canto a seguinte questão:

If there were dreams to sell,
what would you buy?

28/03/2007

SHIMLA À MODA DA CASA

Junte num tacho cheio de Himalaias duas colheres de sopa de Alpes Suíços, uma pitada de Escócia e uma boa mão cheia de mansões coloniais a cair de podres, e igrejas católicas pintadas de fresco.

Prepare um recheio de lojas e restaurantes indianos. Misture bem todos os ingredientes com caril e picante, deixe marinar durante alguns anos, acrescente macacos e vacas sagradas, e mesmo antes de servir prepare um acompanhamento de turistas indianos.

Primeiro estranha-se, depois entranha-se. É mais ou menos asim, o ditado, não é? Shimla é ao mesmo tempo estranha e deliciosa. Passear na rua principal de Shimla – The Mall – é como entrar noutra dimensão: fora deste tempo, num mundo muito longe do nosso.


Na principal cidade do estado de Himashal Pradesh, a antiga “Capital de Verão” nos tempos do domínio britânico, nada é “suficientemente indiano” para nos sentirmos na Índia; e no entanto nada é “suficientemente não-indiano” para nos situarmos noutra zona do globo, sejam os Alpes ou as Terras Altas da Escócia.

POESIA NA ESTRADA

Os senhores da Junta Autónoma das Estradas cá do sítio são uns verdadeiros poetas.

Não é de agora, até tenho guardado alguns exemplos para mais tarde recordar, mas hoje deixo aqui um dos avisos que estava na estrada de Dhramsala para Shimla:

DON’T DIE LIKE FOOLS
OBBEY THE TRAFFIC RULES

27/03/2007

DESPORTOS RADICAIS NOS HIMALAIAS

Se és jovem, tens espírito aventureiro e gostas de emoções fortes, experimenta fazer o caminho que desce de McLeod Ganj para Dhramsala num riquexó, a travar só com o motor! Radicaaal!

E se aguentaste sem borrar as calças nem ter um ataque cardíaco, enfia-te logo a seguir num autocarro, durante sete horas, e atravessa os Himalaias até Shimla.

É do best, chaval! Paisagem fixe, precipícios a dar com um pau, razias brutais a camiões e muitas travagens de fazer um gajo tremer. Com sorte a menina ao teu lado enjoa e tens de a levar ao colo enquanto ela vomita pela janela... mas só por meia hora, porque depois a mãe lembra-se que também não gosta de montanhas e toca a trocar de lugar antes que vomite para cima de ti.

Chegas a Shimla e o Mundo é um lugar diferente, acredita.

26/03/2007

SHIVA CAFE – MAIS FOTOS




SHIVA CAFE – AS FOTOS




SHIVA CAFE

Ontem de manhã fomos dar um passeio, o Hamid tinha-nos recomendado umas cascatas e uns cafés lá ao pé. Só o caminho foi um espectáculo, fizemos uma espécie de trekking pela montanha e no fim uma escalada que ia dar à parte de cima da cascata... onde havia um café... meus amigos... não digo mais nada.

25/03/2007

O MERECIDO DESCANSO

Depois da tempestade, a bonança.

O ritmo de viagem finalmente acalmou. A correria pelo Rajastão e Punjab deixaram-nos de rastos, Dharamsala era mesmo o que estávamos a precisar.

Dharamsala está dividida em duas secções, com 500m de diferença entre as duas – o resultado de um terramoto em 1905, que matou cerca de 900 pessoas e destruiu TODOS os edifícios da cidade. Os britânicos, então no poder, mandaram construir Dharamsala-de-Baixo (traduzido é o que dá!), que é onde estão todos os edifícios administrativos – enfim, a parte com menos piada.

Dharamsala-de-Cima, ou como é conhecida por todos, McLeod Ganj, é o lugar onde os tibetanos se instalaram depois da ocupação do Tibete pela China, em 1959. A Índia deu asilo ao Dalai Lama, e assim o budismo regressou à sua origem.

McLeod Ganj é um dos lugares mais mágicos da Índia, um bocadinho do Tibete aqui misturado com as vacas sagradas e outros indianismos. É um espectáculo, transpira energia positiva, tem os Himalaias mesmo ali ao lado, neve no topo das montanhas, rios a correr, ar puro... sabe bem, sabe muito bem depois de toda a correria.

SINTRA?



Adivinhem onde fica esta estrada!

24/03/2007

GOLDEN TEMPLE - AS FOTOS





COITADINHO DO MANEQUIM


CRICKET NEWS

A Índia voltou a perder, está praticamente eliminada do Mundial. Ainda há uma hipótese, muito remota... matemáticas!, nós portugueses conhecemos bem o esquema.

Quanto a outros dramas, confirmam-se os piores prognósticos: o Bob Woolmer (seleccionador do Paquistão) foi mesmo assassinado. Há várias teorias, ainda está tudo em aberto, não acredito que tenha sido alguém da selecção. Estou mais inclinado para alguém envolvido nas apostas ilegais.

More news coming soon...

GOLDEN AMRITSAR!

A passagem por Amritsar foi rápida, o suficiente para nos deslumbrarmos com o Templo Dourado, mais um “daqueles” lugares.

Não conseguimos ir ao Paquistão, porque é preciso um visto que demora muito tempo, custa muito dinheiro, e só se consegue em Delhi. Fica para a próxima!, por isso amanhã de manhã apanhamos um autocarro e lá para meio da tarde chegamos a Dharamsala.

O Hamid não faz ideia que vamos ter com ele.

23/03/2007

ONDE ESTÁ A JOANA?




FINALMENTE AS FOTOS – JAIPUR






FINALMENTE AS FOTOS – FATHEPUR SIKRI






ALGUMAS EXCEPÇÕES À REGRA

Só na viagem para Amritsar é que ficámos a dormir no comboio – mas era uma viagem longa. De resto foi quase sempre o mesmo esquema, o tal das Horas Parvas, mas com algumas variantes, como por exemplo:

1. Ir para Fathepur Sikri num autocarro a abarrotar, sentado de costas para o condutor, com uma coluna a debitar decibeis, aos berros, de música indiana. A brincadeira só acalmou quando um velhote teve pena de mim e pediu ao condutor para baixar o volume.

2. Apanhar um riquexó (dos antigos, a pedais) para a estação de comboios de Agra, e ter de sair para ajudar o rapaz a empurrar o veículo, uma vez que Eu+Joana+Bagagens éramos um bocadinho para o pesados... Mas foi ele que insistiu!, nós dissemos sempre que era peso a mais, o miúdo era maluco – porreiro, mas maluco. E ao chegarmos à estação, começou a trovejar, relâmpagos ao longe... e chuva!

3. Viajar no comboio para Jaipur com uma família muito simpática, de uma casta cujo nome não me lembro mas que tem a ver com guerreiros, quase todos os homens da família estavam no Exército. A mãe fez logo amizade com a Joana, o filho de dez anos estava vidrado em mim, sempre a perguntar-me coisas (depois de pedir autorização aos pais, claro) e imitava todos os meus gestos. Spooooky...

A HORA PARVA

Voltando um bocadinho atrás para fazer um resumo destes últimos dias: depois de Agra, Fathepur Sikri. E depois Jaipur, Jodhpur e Amritsar. Amanhã de manhã vamos para Dharamsala.

Escrito assim parece coisa pouca, mas os últimos quatro dias foram de uma intensidade pouco recomendável ao corpo humano. Ainda estamos vivos, o que é bom sinal – mas precisamos urgentemente de descansar.

Se é que possível chamar “rotina” ao que temos feito, aqui vai uma breve descrição do que tem sido esta maratona:

Acordar de manhã (quanto mais cedo melhor);
Brincar aos Turistas;
Almoçar;
Brincar outra vez aos Turistas;
Comboio para o próximo destino;
Chegar à noite e fazer check-in num hotel;
Dormir!, amanhã é um novo dia.

Foi genial, esta ideia de aproveitar as Horas Parvas para viajar. A maior parte destes comboios duram o suficiente para dar cabo de um dia, mas não são as melhores opções para fazer à noite. Assim, escolhemos sempre aqueles que saem ao fim do dia, mas que chegam a horas ainda decentes para fazer o check-in no próximo hotel, e assim dormimos sempre numa cama de jeito.

22/03/2007

SEGUE O QUE SENTES

Era assim a assinatura da Optimus, não era?

Pois bem... lembras-te daquele anúncio filmado na Índia, em que um rapaz português e uma rapariga indiana se atiram de um prédio para uma multidão em delírio, depois dela fugir dos pais?

Lembras-te que havia uma torre com um relógio... eu lembro-me. Lembro-me porque já lá tinha estado duas vezes – o filme foi feito em Jodhpur.

Estive pela terceira vez na Cidade Azul – e exactamente no mesmo sítio onde foi feito o anúncio da Optimus, perdi o meu telemóvel indiano.

ISHAAK

Estivemos em Jaipur, e estivemos com o Ishaak. Não era suposto, mas encontrámo-lo mesmo à última, antes de irmos embora e depois da Joana ter um encontro imediato de 3º grau com um gajo que adivinhou a vida toda dela, só através das “energias”.

Foi assim: enquanto a Joana falava com o bruxo, eu fiquei a fumar um cigarro com o nosso “rickshaw driver”. Conversa-puxa-conversa e perguntei-lhe se conhecia o Ishaak, claro que sim, eram quase melhores amigos, ele ligou-lhe e passou-me o telefone, quando o Ishaak atendeu foi só eu dizer “adivinha quem fala” e ele fica meio-abananado, depois manda um berro “Geoooooorge!!!!”

O Ishaak já não é guia, tem uma loja só dele (uma bela loja!), está um senhor. Tem dois carros, quatro filhos, um adoptado a quem apresentou o Uncle. Mostrou-nos a loja, deu-nos presentes, mandou umas lembranças para o Manel, Foca e KAMAL HASSAN, e no fim ainda vendeu umas coisas à Joana, a um preço que provavelmente cobre as ofertas enviadas para Portugal, ehehh. Tudo sempre com o mesmo estilo, mas agora muito mais refinado.

Lembrámos histórias antigas (ex: a poça de água que atravessámos com o Maruti em Mandawa!), ainda insistiu para ficarmos em Jaipur mas felizmente tinhamos um comboio para apanhar.

21/03/2007

A JANOTA ADORA RIQUEXÓS!



E POR FALAR EM CRICKET...

Não se fala de outra coisa: o Paquistão perdeu pela segunda vez consecutiva, ficando assim eliminado da prova.

Mas o choque maior nem é a fraca prestação dos vizinhos aqui do subcontinente. A notícia que abre os telejornais, o assunto de todas as conversas neste canto do planeta é o facto de, na manhã seguinte ao jogo, o treinador ter sido encontrado morto no seu quarto de hotel.

Fala-se de ataque cardíaco, fala-se de suicídio, fala-se de muita coisa e eu já estou a temer o pior. Começa mais uma novela, quando houver novidades eu conto.

INDIA vs BERMUDA

Ontem fiquei acordado até mais tarde, a ver o jogo com os gajos do hotel. Foi o maior resultado de sempre num Mundial de Cricket – e mesmo assim a selecção indiana ainda não convenceu. Depois de ter perdido o primeiro jogo contra o Bangladesh, resta o Sri Lanka, vamos lá ver se consegue passar à fase final.

19/03/2007

THE SPOT


OLHÓ TAJ!

Comboio para Agra, riquexó para o Southern Gate – uma odisseia, porque o Hamid enganou-se no nome do hotel, mas desta vez passa.

Visitámos o Agra Fort, atravessámos uma ponte espectacular para o outro lado do rio e vimos o Baby Taj, depois quando o dia estava quase a acabar o riquexó levou-nos a um lugar junto ao rio... meus amigos (Manel, Foca e Lencastre incluídos), é só um dos melhores spots de Agra, com o Taj do outro lado, o reflexo na água, uma mão cheia de gente a aproveitar o momento mas nada de multidões. Como diria o Xixo, fantaaaastic!

OBIKWELU

Vamos mesmo a Dhramsala, por isso toca a despachar. A New Delhi Railway Station tem um escritório de reservas só para estrangeiros – um luxo! – por isso passámos parte da manhã a preparar um itinerário: Agra, Jaipur, Jodhpur, Bikaner e Amritsar. Bikaner acabou por ficar pelo caminho, o comboio estava esgotado – e assim ficamos com uma semana já mais ou menos programada, sempre a abrir, nem o Obikwelu consegue ser tão rápido.

E por falar em Obikwelu!

Estava eu sentado a “negociar” o itinerário com o senhor das reservas, quando se senta ao meu lado um gajo que queria comprar um bilhete para Bombaim. Começamos à conversa, o rapaz apresenta-se, é da Nigéria e está a fazer um MBA ou qualquer coisa do género em Delhi, e tem um apelido que é familiar a todos os portugueses. Isso mesmo. O rapazinho das medalhas, aquele do anúncio da Netcabo.

“Há um Obikwelu muito famoso em Portugal.”, digo eu todo orgulhoso.

“O atleta? É meu primo!”