21/09/2012

A INEBITÁBEL FRANCESINHA E OUTRAS SURPRESAS

Ontem fomos almoçar outra vez ao Bolhão, mas acabei por não comer a prometida baba de camelo. O tasco estava tão cheio que optámos por ir a outro - e quando acabámos de comer, já era tarde e não deu para comer a tão apetecida sobremesa. Fica para a próxima.

Para a noite estava prometido um churrasco na varanda, mas a cidade trocou-nos as voltas e, surpreendentemente, fizémos o inevitável. Sim: francesinhas. Mas cada coisa a seu tempo.

Primeiro passei no escritório da Tripas Tees, o projecto de uns amigos que vale a pena espreitar, muito boa onda - e ainda tive direito a uma t-shirt e tudo. Hoje volto para Lisboa com a mochila cheia: é a t-shirt, é um livro sobre a invasão de Goa (dedicado ao meu bisavô) que o Inácio Rozeira me deu, são uns rebuçados da Régua que comprei no Bolhão... hmmm... e as saudades, essas enchem-me outra mochila inteira ;)

Continuando: a seguir às t-shirts fomos beber um fino à Casa de Ló (onde era vendido antigamente o famoso pão-de-ló de Margaride) e depois seguimos pela cidade fora até ao Aviz, onde comi a inevitável francesinha. Estava boa. Não foi a melhor francesinha da minha vida - mas estava boa.

E para o final ficou a surpresa da noite. Sentámo-os ali perto para mais um fino e conversa, que invariavelmente derivou para as viagens e os grupos nomad - e acabámos a celebrar a nostalgia por outra das nossas cidades preferidas: Istambul.

O Inácio a falar da sua experiência com os grupos do Expresso do Oriente, e eu com a Odisseia Turca - e o Tiago também ia participando mas um pouco mais tímido, pois conhece a cidade (e é outro apaixonado) mas não tanto quanto nós. Sentados na noite portuense a beber Super Bock, viajámos pela Istiklal Caddesi e por Sultanhamet, visitámos a Mesquita Azul e a Igreja de Chora, espreitámos restaurantes à beira do Bósforo e recantos junto à Torre de Galata. Que saudades de Istambul.

Quando nos levantámos para ir pagar, reparei no nome do restaurante a que pertencia a esplanada: Divan. Restaurante... turco.

Não estou a brincar - foi mesmo assim. De repente, toda aquela divagação ganhou um significado diferente. De sorriso colado, lá fomos até ao balcão pagar - e então reparei num recorte de jornal emoldurado na parede, e descobri que aquele lugar era ainda mais especial: nesta mesma casa, em 1861, Camilo Castelo Branco e Ana Plácido sentaram-se no banco dos réus para serem julgados pelo crime de adultério.

"Cairam as tardes daquele Outono em agonia lenta e logo as luzes se acendiam nesta sala a iluminar frouxamente os rostos dos dois amesquinhados por grande parte da sociedade portuense."

Vou daqui a nada embora para S. Bento, de onde sigo para a Campanhã, de onde sigo para Lisboa. É uma espécie de rewind de terça de manhã, quando vim para cima. Foi uma passagem rápida pelo Porto, como quase sempre. E, como quase sempre, intensa. Boa comida, melhor companhia, e à volta um cenário absolutamente obrigatório. Esta cidade está, a cada visita, melhor.

Mas tenho de pedir desculpa aos meus amigos tripeiros, porque nesta quase-despedida não consigo tirar Istambul da cabeça - e é de Istambul que são as próximas fotos. Prometo que depois partilho algumas da Invicta. ;)









2 comentários:

Clara Amorim disse...

Istambul, Istambul!!!
Sempre a inesquecível Istambul!

dianamatias disse...

Já jantei nesse restaurante turco, o 'Divan'. E adorei :)