19/08/2011

DESORIENTAÇÃO


Uma das minhas passagens preferidas num dos livros do Salman Rushdie tem a ver com a Desorientação. Segundo este autor (um dos meus preferidos), a Desorientação é a falta do Oriente. E a partir daqui, começa a divagar sobre geografias, filosofias e nostalgias.

Sejamos práticos, e remetendo o assunto para a minha cinzenta e chuvosa passagem por Moscovo... a caminho do Oriente, note-se: no dia em que me fui embora, perdi-me. Foi só largar o malaio e o seu iphone, e perdi-me no metro. Incrível. Não que estivesse cheio de pressa, mas também não me podia dar ao luxo de chegar atrasado à estação de Yaroslavski, e perder o primeiro comboio desta minha jornada transiberiana.

Desorientação: é lixado, quando ninguém fala uma palavra de inglês. Quando ainda só estás a começar a traduzir as primeiras letras de cirílico. Quando tens um comboio para apanhar.














Cheguei a horas à estação. Parecia uma barata tonta, de tantas voltas e reviravoltas - mas cheguei a horas. Conheci logo o Chun, que vinha de comboio desde o Taiwan, via Cazaquistão, para ir ter com a namorada a Berlim. Já estava mais à vontade com os comboios russos e ajudou-me na adaptação.

Esta primeira viagem foi curta, apenas três horas até Vladimir e uma hora de autocarro até Suzdal, mas foi bom conhecer outro viajante - que por coincidência, ia para o mesmo sítio que eu.

E adaptando uma famosa canção dos anos 90, eis-me a cantarolar nesta primeira etapa da viagem que me vai levar a Pequim:

"Here we go... the first train!"




1 comentário:

LV disse...

BOA VIAGEM. É bom ter todos os dias um post para ler. Mts bjs