22/10/2014

NUM CASAMENTO BIRMANÊS

Um dos (muitos) momentos altos desta volta pela Birmânia aconteceu durante o passeio de mota que fizemos pelos arredores de Mandalay. Estávamos na ponte U Bein quando o "chefe" dos nossos drivers me perguntou se não gostaríamos de ir ao casamento da irmã de uma aluna sua.

Agradeci-lhe o gesto, disse-lhe que seria uma honra enorme, mas que sentia que poderíamos estar a abusar da hospitalidade dele. Nove pessoas - noves estrangeiros! - a invadir um casamento numa aldeia...

"...além de que não estamos vestidos para a ocasião."

;)

"Nada disso, será uma honra para os noivos e para mim. E desta forma vocês conhecem um pouco mais da nossa cultura."

E diz-se "não" a uma proposta destas?

Que hora deliciosa e colorida, aquela que passámos na festa. A começar pela menina que nos recebeu à porta, presenteando os senhores com um cigarro e as senhoras com um mini-bouquet enfiado numa palhinha:

Depois de nos apresentarem aos noivos e de sermos alvo de inúmeras fotografias e cumprimentos, sentámo-nos em duas mesas e rapidamente estas se encheram de comida. E a partir daqui foi um sem-número de pequenos eventos e muita galhofa. Que experiência tão colorida e rica, que boa ideia esta do driver.

Passei o resto do dia a agradecer-lhe ter tomado a iniciativa.







As viagens - e a vida em geral - ganham outro colorido/sabor com estas surpresas. Mais uma vez insisto na ideia de que é preciso aprender a saber dizer "sim". Temos que ter a coragem de dar um passo e entrar, quando nos abrem uma porta. Para onde? Logo se verá. Se não a atravessarmos é que nunca saberemos. E a experiência diz-me que, na maior parte das vezes, há algo de memorável do outro lado.

E estes imprevistos, estas surpresas, este momentos mágicos só acontecem quando estamos dispostos a adaptar o plano geral, a dar uma volta ao que era suposto, ao pré-concebido. Ao programa. Fico feliz pelo grupo ter demonstrado esse à-vontade. Se calhar vimos menos um mosteiro, visitámos menos um templo... mas ganhámos uma história muito gira para contar.

http://www.nomad.pt/birmania-com-jorge-vassallo

3 comentários:

Lv disse...

É um dom ter a alma aberta e saber dizer sim. Que dia !

Clara Amorim disse...

Uma experiência como esta é, de facto, única!!!! E tu já viveste várias... Obrigada pela partilha!!!

Anónimo disse...

Que cores! ADORO
Maravilha de experiencia