28/02/2013

DELHI, WE'VE GOT A PROBLEM

Há poucos dias falei aqui da situação em que se encontrava o meu amigo Bunty, com o passaporte retido na embaixada de Espanha, em Delhi, à espera que lhe concedessem o visto de Schengen.

Pois bem: o Bunty esperou, esperou... e o visto voou.

Apesar de ter um processo limpinho, de já ter viajado na Europa e de ter o que "eles" chamam um passaporte "forte" - com muitos carimbos, pois já viajou em dezoito países. Apesar de ter voo marcado para o Brasil, vistos confirmados para todos os países da América do Sul, regresso marcado para Junho e voo para a Índia. Apesar de ter uma conta bancária "recheada" e assim provar que não depende de ninguém para viajar. Apesar de tudo, recusaram-lhe o visto.

Segundo a senhora da embaixada, "não é normal um indiano viajar tanto tempo."

Ou seja, agora estamos em contacto com a Embaixada de Portugal, que é aquilo que o Bunty devia ter feito desde o início - e vamos lá ver como é que esta situação se resolve. Façam figas!

27/02/2013

PASSAPORTES FAMOSOS

Esta semana fui fazer um passaporte novo, e ontem partilhei no facebook uma montagem com todas as páginas do passaporte que já estava cheio.

É o que dá andar às voltas constantemente: as páginas não são suficientes para chegar ao fim da validade, principalmente quando as viagens que faço constantemente com os grupos da Nomad me obrigam a vistos atrás de vistos. Aliás: basta reparar na tal montagem que há uma predominância de vistos do Cambodja e do Laos, por exemplo.

Mas considerações matemático-geográficas à parte: ontem lembrei-me de ir espreitar no google alguns passaportes de gente famosa, e hoje deixo aqui alguns dos tesouros encontrados.









26/02/2013

OS FILMES DE "IR"


PARTE 2

SÉCULO XXI

Ele há filmes de acção, de suspense e terror, dramalhões de fazer chorar as pedras da calçada, comédias românticas, musicais, históricos... e há os filmes de ir - que até podem encaixar em várias das categorias típicas, mas com o bónus de provocar uma vontade quase incontrolável de viajar.

O século XXI arrancou com o The Beach, que foi um dos filmes que mais me inspirou para viajar. Quando, na minha segunda visita à Tailândia, em 2002, me sentei na areia da Phi Phi Ley, juro que do céu veio a música do Moby e eu me senti um verdadeiro Leonardo di Caprio. Pode soar um bocado foleiro, mas é verdade. Eu era um miúdo a descobrir que o mundo afinal era muito mais que um mapa e postais.

Qualquer dos seus filmes de Danny Boyle é uma inspiração, diga-se de passagem. A sua curiosidade em experimentar géneros diferentes obriga a uma constante adaptação, e há alguma coisa nesse desconforto com que me identifico. Além de que todos têm bandas sonoras excelentes e muitos são bastantes geográficos. É a Tailândia no The Beach, Londres no 28 dias, Bombaim no Slumdog Millionaire, o Utah no 127 horas.

Mas não foi só o Di Caprio numa praia tailandesa a fazer-me cócegas na sola dos pés: na primeira década do século houve O Tigre e o Dragão, de Ang Lee (que ganhou este fim-de-semana o Óscar de melhor realizador por The Life of Pi); Le fabuleux destin d'Amélie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet; Y Tu Mamá También, de Alfonso Cuarón; Cidade de Deus, de Fernando Meirelles; L'Auberge Espagnole, de Cédric Klapisch; The Motorcycle Diaries, de Walter Salles; Lost in Translation, de Sofia Coppola; Little Miss Sunshine, de Jonathan Dayton; Darjeeling Limited, de Wes Anderson; Vicky Christina Barcelona, de Woody Allen; e tontarias tipo Eurotrip e The Hangover.


E volto a insistir num ponto: este best of é apenas de filmes que me fizeram querer arrumar as malas e ir. Nem sequer menciono outros favoritos.

Em 2006, por exemplo, estreou um dos filmes que mais "mexeu" comigo... e que mais me fez querer "mexer", também. Um filme muito geográfico, a pingueponguear entre Marrocos, Japão e México... acho que sabem do que estou a falar.

Babel
de Alejandro González Iñárritu
(2996)

No ano seguinte foi a vez de Into the Wild, de Sean Penn. Esta comovente e apaixonante história ganhou estatuto de filme de culto, a banda sonora já é um clássico de viagens, e não há viajante que não conheça o argumento e que não tenha uma opinião formada acerca do personagem e das suas opções.

E depois veio o Slumdog Millionaire: tinha lido o livro alguns anos antes, e Bombaim já era para mim uma "segunda casa", objecto de uma devoção incrível... por isso, quando soube que o Danny Boyle ia dirigir a adaptação ao cinema, fiquei logo entusiasmado. Quando vi o resultado... foi amor à primeira vista, e no final do filme só me apetecia enfiar-me num avião e voltar para a Índia.

Com cinco nomeações para os Óscares, Up foi o primeiro filme de animação a ter a honra de abrir o Festival de Cannes - e é, até à data, um dos meus preferidos da Pixar. A extraordinária aventura de um velhote rabujento e um inocente, gordinho escuteiro asiático, que voam numa casa presa por balões até à América do Sul... que delícia!

A primeira dácada acabou e eu era finalmente um "viajante profissional". Os meus dias de cinema são agora muito menos que antes - com pena, porque adoro ver filmes. E daquilo que tenho visto ultimamente, houve pelo menos dois filmes que me provocaram alguma "comichão".

O primeiro volta a ter a Índia como tema principal. E o que achei curioso, além de ser uma história muito gira, é que despertou uma espécie de melancolia... será saudades? Não sei. Não fiquei propriamente com vontade de explorar. Foi mais aquele sorriso de reconhecer os lugares, os tiques, os dramas.

The Best Exotic Marigold Hotel
de John Madden
(2011)

Este ano, um dos poucos filmes que vi foi o novo do 007. Como todos os outros da saga, a geografia da trama é um dos selling points do filme. O mesmo acontece com a Bond girls, a música do filme, os carros, as armas - enfim, há uma fórmula por trás desta série - e não é só com os James Bond. Acontece exactamente a mesma coisa com os Missão: Impossível e com os Bourne. E eu gosto de ver - onde já fui, onde quero ir. No Skyfall, a perseguição de mota nos telhados do Grand Bazaar é um espectáculo. E a Escócia... apetece tanto voltar.

No avião para Portugal, vi o Argo. Gostei muito, é sem dúvida um filme com geografia marcada, mas não suscitou em mim uma vontade enorme de viajar. Sim: quero muito ir ao Irão, há anos que é uma viagem-fetiche, mas o filme não acrescentou nada nesse campo.

Desde que cheguei a Portugal, quero ir ver o Django. Sou fã incondicionável do Tarantino, todos os seus filmes me marcaram, mas não acredito que o novo (tal como os outros) me provoque grande vontade de viajar. Penso que o primeiro Kill Bill foi o único a tocar nesse universo das viagens.

E depois há o The Life of Pi. Confesso que tenho resistido, porque li o livro há muitos anos e gostei tanto, que não quero destruir esse imaginário. Mas tanta gente me recomendou o filme, e agora com os Óscares... apetece, não apetece? ;)

Algum filme que eu não tenha incluído nesta lista - por esquecimento, ou porque não vi, ou se calhar porque não me disse tanto - e que o caro leitor ache pertinente lembrar... faz favor! :)

25/02/2013

OS FILMES DE "IR"


PARTE 1

Ontem à noite estive a ver os Óscares e deixei-me entusiasmar pelo glamour ;) pelo que me lembrei de fazer uma lista "daqueles" filmes que, ao longo da minha vida, mexeram comigo e de alguma forma contribuiram para esta permanente vontade de ir.

Não são necessariamente os "filmes da minha vida" - há outros, tantos outros, que me marcaram por razões diferentes - mas estes são aqueles que me fizeram cócegas nos pés, que me disseram "mexe-te" ao ouvido, que me fizeram querer fazer as malas e apanhar o primeiro avião para aqui-e-ali.

O cinema é um meio privilegiado de inspirar pessoas - e, nesta abordagem que me proponho fazer, chamar a atenção para lugares, tradições e outras culturas. Os filmes que se seguem tiveram esse efeito em mim.


OS ANOS 80

1984 foi um grande-grande ano no que diz respeito a clássicos de "aventura". E eu tinha 8 anos, a altura ideal para semear esta vontade enorme de ir, explorar, conhecer, viver a aventura. Imaginem uma criança que já era estimulada pelos pais e avós a ser aventureiro, que lia Enid Blyton e ouvia histórias do bisavô em Goa... e de repente descobre as aventuras de Indiana Jones, a fugir de mafiosos em Xangai e a comer cérebro de macaco na Índia, onde vivem mauzões que arrancam os corações das suas vítimas em rituais horrendos! Fiquei agarrado - e, desde cedo, a Índia começou a ocupar um lugar muito especial no meu imaginário.

Indiana Jones and the Temple of Doom
de Steven Spielberg
(1984)

Ontem não foi a noite de Spielberg, com o seu Lincoln a levar apenas duas estatuetas, num total de doze nomeações - e sinceramente o filme não me diz muito... mas há quase vinte anos, o realizador era uma referência no meu ainda limitado universo cinematográfico. Vi cada Indiana Jones umas trezentas e dezoito vezes. Sabia os diálogos de cor. Sonhava em partilhar as aventuras, as viagens, as peripécias.

1984 foi também o ano dos Goonies e do The Neverending Story. E, num registo diferente, foi também nesta altura que "apareceram" o Passagem para a Índia e África Minha.


OS ANOS 90

Entretanto cresci e comecei a ganhar algum entusiasmo pelo cinema - e pelas viagens, claro. Das férias com os primos às aventuras de fim-de-semana com os amigos, as viagens de mota por Portugal, o primeiro avião e a descoberta que mudou a minha vida - o Inter Rail - os anos 90 marcaram a concretização de algo que eu já tinha dentro de mim.

No que aos filmes de "fazer cócegas" diz respeito, os anos 90 não foram os mais apaixonantes. Claro que vi muito cinema e bom, e alguns dos meus preferidos são desta década - mas no tema que me proponho abordar hoje, houve pouco.

Houve o Thelma and Louise, de Ridley Scott, que arrancou a nova década com um final trágico, mas com um espírito incrível. Foi também nos anos 90 que saiu o Before Sunrise, uma história simples sobre duas pessoas que se conhecem num comboio de Budapeste para Viena - o filme foi lançado dois anos antes do meu primeiro Inter Rail. Nove anos mais tarde, o mesmo casal encontrar-se-ia em Paris... e outros nove anos depois - ou seja, este ano - vão reviver histórias antigas na Grécia.



O NOVO SÉCULO

Em 2001 fui pela primeira vez à Ásia - e o país de eleição foi a Tailândia.

E porquê a Tailândia? Por causa de um filme.


[continua amanhã]

22/02/2013

PARECE FÁCIL

Voltando ao tema do último post: há processos a que estamos tão habituados, resultados que damos por garantidos - ao ponto de não lhes atribuirmos o devido valor.

Esta volta em que me vou lançar brevemente, por exemplo. Em 99 dias vou atravessar alguns países da América do Sul - sete a nove, pelas minhas contas. Não preciso de visto para nenhum deles. Ou seja: nem me dei ao trabalho de procurar seja o que for. Teoricamente, só tenho que chegar à fronteira, mostrar o passaporte, esperar pelo carimbo - e já está. Fácil.

Parece fácil.

O Bunty - meu companheiro de viagens indiano, que também vai fazer esta viagem comigo - já não pode dizer a mesma coisa. Enquanto eu andava às voltas com os grupos na Indochina, este meu amigo anda a tratar de vistos. Há dois meses.

Contactámos amigos em vários países para escreverem cartas-convite, preparámos calendários e rotas ao pormenor e ele tem andado de embaixada em embaixada, juntamente com um "agente" que ele acha muito profissional mas que eu acho um amador do pior - enfim. Documentos, certificados, extratos, cópias disto-e-daquilo - até a entrevistas foi. Ao todo, já produziu cerca de duzentos documentos, ao longo das últimas oito semanas.

O Bunty era para ter chegado ontem a Portugal. Mas ontem o passaporte ainda estava retido na Embaixada de Espanha, à espera de saber se lhe atribuíam o visto Schengen ou não. Já provou que vai voar de Barcelona para São Paulo, que tem vistos para não-sei-quantos países na América do Sul; já lhes mostrou toda a calendarização da viagem, as cartas-convite e até extratos bancários - dele e da mãe! - e mesmo assim não há maneira de se decidirem.

Era para ter voado ontem e não voou: perdeu dinheiro com as reservas e cancelamentos dos voos, e está neste momento sentado num quarto de hotel, de malas feitas porque não vive em Delhi... à espera que lhe digam alguma coisa - à espera de ter autorização para viajar. Vamos lá ver se ainda consegue chegar a Barcelona a tempo do voo para o Brasil.

Parecia tão fácil.

E mesmo a esta distância, é nestas alturas e com estes exemplos que me obrigo a um reposicionamento, que percebo o valor que têm pequenos nadas como "não ter de me chatear".

20/02/2013

O VALOR DAS COISAS


Uma vez estava na Embaixada da Índia, a preencher formulários para pedir o visto, quando se gerou uma discussão entre a menina do balcão e uma senhora do lado de cá, porque o visto não estava pronto a horas, ou não podia ser feito com a rapidez que essa pessoa exigia - não me lembro bem do drama em concreto.

Mas lembro-me perfeitamente que a menina do balcão ouviu com calma as queixas da indignada senhora do lado de cá, e depois contra-argumentou com um exemplo, não me recordo ao certo qual, mas vamos admitir que o termo de comparação era um talho.

E sendo um talho, o discurso foi mais-ou-menos este:

"Minha senhora, é um erro acreditar que pedir um visto é como encomendar quinhentas gramas de carne. Estamos numa Embaixada, não estamos num talho - e o visto não é uma peça de carne. É um documento oficial, emitido por uma representação diplomática, que lhe dá autorização para entrar em território de uma nação soberana. O visto, minha senhora, nem sequer é um dado garantido. A senhora faz o pedido e o embaixador pode ou não concedê-lo. Por norma, a aprovação demora "xis" tempo. Mas excepcionalmente pode demorar mais - e até pode nem ser concedido, o visto."

A menina atrás do balcão tinha toda a razão. Habituámo-nos a dar como garantidas uma série de coisas, procedimentos e resultados - e ficamos muito indignados quando não corre tudo como pensamos que era suposto correr.

O que me remete para uma frase que li no outro dia no facebook:

"As pessoas hoje sabem o preço de tudo. Mas já ninguém sabe o valor de nada."

19/02/2013

AS 10 MAIS DELICIOSAS COMIDAS DA INDOCHINA


Apesar de já estar com as energias concentradas na minha próxima aventura, decidi partilhar hoje uma espécie de reflexão gastronómica que fiz ontem no aeroporto do Dubai, acerca destas voltas no sudeste asiático. Uma reflexão em formato "top ten".

Confesso que não foi fácil escolher dez comidas entre tantas maravilhas gastronómicas. Foi um exercício de profundo masoquismo. Mas eu tenho espírito de sacrifício, e submeti-me a este horror que foi recordar, seleccionar, pesquisar fotos no google e descrever, num só post, cada um dos pratos escolhidos.

O meu "top ten" não tem ordem. É como as 7 Maravilhas. Não há um primeiro lugar, nem um último. Estão todas empatadas. Aliás, complicado foi mesmo escolher; tive de deixar de parte alguns pratos que não ficam muito atrás destes dez. Mas teve de ser.

A ordem em que as comidas são apresentadas aqui é meramente geográfica, segue o "mapa" da minha viagem com os grupos Nomad (Vietname, Cambodja, Tailândia e Laos). Ah: e a maior parte das fotos não são minhas - é que tenho um grave problema com a comida na Indochina. Quando chega à mesa, esqueço-me de registar o momento e muitas vezes só me lembro de o fazer quando o prato já vai meio comido. Ou seja: o google resolve. ;)

Fica a lista, então - e começa logo com aquele prato de Hànôi que já "celebrizei" aqui no blog, há cerca de um mês.

BUN CHA
(HÀNÔI)

Não há muito a acrescentar ao que já foi escrito aqui sobre o bún chà. É um dos meus pratos preferidos. Ponto. Seja na Ásia, Europa ou noutra galáxia qualquer - poucas coisas se aproximam deste nước mắm (caldo de peixe) servido nas ruas de Hànôi. Um prato tão simples - e tão rico, tão completo. A combinação perfeita de noodles de arroz com a carne de porco grelhada, as ervas a acompanhar... e se houver um pratinho de rolinhos de caranguejo ao lado... hmmm... que saudades, só de imaginar.




NEM CHUA
(VIETNAME)

Não sei se já alguma vez tinha falado de nem chua, aqui. Acho que sim. Nem chua são uns rolinhos de carne de porco fermentada, tipo chouriços, normalmente com alho e malagueta, enrolados em folhas de bananeira. Há várias versões pelo Vietname fora, umas mais picantes, outras mais gelatinosas, depende das regiões. Apesar de muita gente ficar de pé atrás ao ver um bocado de carne aparentemente crua enrolada numa folha, a verdade é que o sabor ao mesmo tempo doce, amargo, salgado e picante é, na minha opinião, dos melhores no Sudeste Asiático.






BERINGELA REFOGADA COM CARNE DE PORCO PICADA
(HÀNÔI)

Os turcos chamam-na de "rainha dos vegetais" e cozinham-na de mil e uma maneiras diferentes. Em Portugal, habituámo-nos à sua presença e é cada vez mais frequente à mesa de muitas casas. No Sudeste Asiático, a beringela é discreta... mas está em todo o lado. E é no Vietname, principalmente em Hànôi, que encontra, na minha humilde opinião, a combinação perfeita. O nome diz tudo, é provar para crer.




BIFINHOS DE VACA COM MOLHO DE TAMARINDO
(HUÉ)

Este prato é um clássico da cozinha tradicional do centro do Vietname, mas não é muito comum encontrá-lo em restaurantes. Chama-se trai me thit bo, e apresenta uma mistura simples mas extraordinária de sabores.




KHMER SOUR SOUP
(PHNOM PENH)

Os locais chamam-lhe Samlar Machu e é a base para uma variedade grande de sopas com um travo amargo a tamarindo - sendo que a minha preferida é a de peixe, servida com ananás e tomate.




AMOK 
(CAMBODJA)

É um dos pratos mais apreciados pela maioria das pessoas que visitam o país, e sem dúvida dos meus preferidos na Ásia.
O amok é um caril com influências óbvias da Índia, apesar de mais doce e nada picante. O mais famoso é feito com peixe, mas há versões para todos os gostos: amok de frango, vaca, porco e até tofu. Seja como for, o caril é feito com leite de coco, amendoim torrado, alho, erva-príncipe, folha de lima kaffir, rabanetes... e depois de tudo muito bem misturado, é envolvido em folhas de bananeira e vai a cozer. Dependendo do sítio onde é feito, pode ter uma consistência mais líquida, tipo sopa; ou mais pastosa, tipo molho. O meu preferido é servido num restaurantezinho de estrada, em Angkor Wat, onde costumo ir almoçar com os grupos.




TOM YUM 
(BANGKOK)

Um dos pratos mais famosos da Tailândia - nem que seja pelo facto de ser tão picante. Esta sopa de erva-príncipe, folha de lima kaffir, gengibre tailandês, sumo de lima, molho de peixe e malaguetas pode ser servida com carne ou peixe, mas a versão mais popular (e também a minha preferida) é a de camarão. Deliciosa - mas só para corajosos! E se não for picante, não é Tom Yum a sério.




MASAMAN 
(BANGKOK)

A CNN colocou este prato tailandês de origem persa no topo das 50 melhores comidas em todo o mundo - e eu percebo porquê. É um caril adocicado, à base de leite de coco, amendoim e/ou caju torrados, batata, cardamomo, canela, estrela de anis, açucar de palma, molho de peixe, malaguetas e tamarindo. Normalmente é servido com carne de vaca, mas como quase todos os pratos de caril nesta zona do mundo, pode-se comer com galinha, pato, etc, etc. Por ser de origem muçulmana, é raro encontrar um masaman de porco.




LAAP
(LAOS)

É o prato nacional do Laos. E, como os outros desta lista, um dos meus preferidos em toda a Ásia. O laap é uma espécie de salada de carne (galinha, pato, vaca ou porco - mas também há de peixe e cogumelos, por exemplo), que é picada ou cortada em pedaços muito pequenos, e até pode ser servida crua ou ligeiramente cozinhada em molho de peixe e lima. A carne é servida com rebentos de soja, chili, alho e muita hortelã-pimenta fresca. Às vezes também vem com coentros frescos. É acompanhada à temperatura ambiente, com sticky rice e é ao mesmo tempo fresca e picante. Hmmmm...




SALADA DE CAMARÃO COM MOLHO PICANTE 
(LUANG PRABANG)

Nunca na vida comi coisa mais picante. Mas é tããão bom.

Agora vou só ali buscar um guardanapo para limpar o teclado do computador, que está todo babado.

17/02/2013

CÔR-DE-LARANJA OU CÔR-DE-CENOURA?

E por falar em côr-de-laranja... estava eu entretido no aeroporto de Bangkok, à procura de fotos de monges para publicar aqui no blog, quando me lembrei que tinha um álbum temático no facebook que andava meio esquecido.

Esse álbum chama-se "United Colors of Fuidarumavolta" e - coitadinho - só tinha duas fotos. Já acrescentei mais uma... surpresa, surpresa, é côr-de-laranja.

Côr-de-laranja... ou côr-de-cenoura?




15/02/2013

UM POST CÔR-DE-LARANJA

Como já devem ter notado, o facebook do fui dar uma volta está mais cor-de-laranja, desde ontem.

Temos estado à conversa com alguns amigos monges, com o objectivo de perceber melhor como é viver num mosteiro nos dias que correm, vestir o robe laranja, conviver com os turistas.

Ou seja: os últimos dias desta temporada na Ásia vão pintar-se essencialmente de laranja - pelo que lembrei-me de partilhar algumas das imagens que tinha guardadas, de outras passagens por Luang Prabang.

Fica uma primeira amostra: