Como que a modos de celebração por mais uma Indochina
esgotada, eis que a 4ª cidade de 2011 é... Hanoi.
A capital vietnamita é o ponto de partida desta minha aventura
nomad - e é um lugar que desafia conceitos e definições. Hanoi é, a par de mais
três ou quatro cidades, daqueles lugares onde facilmente assentava. Nem que
fosse por uns meses, até me dar a comichão do "ir".
Se nos últimos anos tivesse feito este tipo de exercício no
blog, de certeza que Hanói estaria sempre nas cidades eleitas. Em 2009, depois
de quase 6 anos ausente, regressei aqui e voltei a apaixonar-me. A harmonia
disfarçada de caos. Os ritmos, as cores, os estímulos - o desafio!
Depois, ao longo de 2010, voltei várias vezes, sempre mais
tempo do que em qualquer outro lugar, a preparar as viagens nomad, à espera dos
grupos. Fiz amigos para a vida, vivi loucas peripécias, testemunhei a
celebração dos 1000 anos da cidade - comecei, aos poucos, a sentir-me em casa.
2011 foi ainda mais intenso.
Em Fevereiro fui lá celebrar o Tet - o Ano Novo Vietnamita.
Hanói despiu-se da paisagem habitual e revelou-se de formas surpreendentes.
Ruas vazias, as pessoas vestidas a rigor, sorrisos diferentes, petiscos e
jantaradas - e fui recebido como "um de nós".
Voltei mais três vezes "aonde o dragão se ergue".
Sempre em contagem decrescente para os grupos nomad, mas com tempo e
disponibilidade para viver episódios que me aproximaram ainda mais da cidade.
Fiquei doente e suspeitaram que fosse malária, passei dias a tremer na cama e
corri de hospital em hospital. Fui roubado e roubei os ladrões de volta.
Descobri novos segredos, petiscos que só sabe quem sabe, detalhes e momentos
que são exclusivos de quem vive Hanói com o coração.
Por tudo isto e por tudo o que não consigo pôr em palavras
aqui: adoro-te, Hanoi.
2 comentários:
dito e fotografado assim , parece de facto emotiva, cativadora, fascinante, e , contudo, para mim que já estive no Oriente, há um qualquer sentimento europeu que me impede de aderir a essas paragens; eventualmente o teu papel enquanto guia será o de mostrar a quem te segue que as palavras que escreves estão de acordo com a realidade; já agora, gosto muito da tua maneira de escrever(e de fotografar)
Aqui, no "Fui Dar Uma Volta", também me sinto em casa! E que casa!!!
Somos sempre tão bem recebidos...!
Obrigada, Jorge!
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