20/07/2012

ESTA CIDADE QUE DESAFIA CONCEITOS


Como que a modos de celebração por mais uma Indochina esgotada, eis que a 4ª cidade de 2011 é... Hanoi.

A capital vietnamita é o ponto de partida desta minha aventura nomad - e é um lugar que desafia conceitos e definições. Hanoi é, a par de mais três ou quatro cidades, daqueles lugares onde facilmente assentava. Nem que fosse por uns meses, até me dar a comichão do "ir".

Se nos últimos anos tivesse feito este tipo de exercício no blog, de certeza que Hanói estaria sempre nas cidades eleitas. Em 2009, depois de quase 6 anos ausente, regressei aqui e voltei a apaixonar-me. A harmonia disfarçada de caos. Os ritmos, as cores, os estímulos - o desafio!

Depois, ao longo de 2010, voltei várias vezes, sempre mais tempo do que em qualquer outro lugar, a preparar as viagens nomad, à espera dos grupos. Fiz amigos para a vida, vivi loucas peripécias, testemunhei a celebração dos 1000 anos da cidade - comecei, aos poucos, a sentir-me em casa.


2011 foi ainda mais intenso.

Em Fevereiro fui lá celebrar o Tet - o Ano Novo Vietnamita. Hanói despiu-se da paisagem habitual e revelou-se de formas surpreendentes. Ruas vazias, as pessoas vestidas a rigor, sorrisos diferentes, petiscos e jantaradas - e fui recebido como "um de nós".

Voltei mais três vezes "aonde o dragão se ergue". Sempre em contagem decrescente para os grupos nomad, mas com tempo e disponibilidade para viver episódios que me aproximaram ainda mais da cidade. Fiquei doente e suspeitaram que fosse malária, passei dias a tremer na cama e corri de hospital em hospital. Fui roubado e roubei os ladrões de volta. Descobri novos segredos, petiscos que só sabe quem sabe, detalhes e momentos que são exclusivos de quem vive Hanói com o coração.

Por tudo isto e por tudo o que não consigo pôr em palavras aqui: adoro-te, Hanoi.


















2 comentários:

tereza knapic disse...

dito e fotografado assim , parece de facto emotiva, cativadora, fascinante, e , contudo, para mim que já estive no Oriente, há um qualquer sentimento europeu que me impede de aderir a essas paragens; eventualmente o teu papel enquanto guia será o de mostrar a quem te segue que as palavras que escreves estão de acordo com a realidade; já agora, gosto muito da tua maneira de escrever(e de fotografar)

Clara Amorim disse...

Aqui, no "Fui Dar Uma Volta", também me sinto em casa! E que casa!!!
Somos sempre tão bem recebidos...!
Obrigada, Jorge!