É verdade que tenho andado na boa vida - mas quando é preciso por as mãos na lama, contem comigo. A fotografia que partilho neste post é prova disso mesmo. Numa das idas-e-vindas à quinta do Abbey, ficámos subitamente sem dinheiro, e precisavamos de pôr gasolina... por isso eu e o Berty tivemos de "safar a malta". Enquanto os outros arrumavam carros em troca de umas rupias, nós arranjámos alguns daqueles enfeites que os camionistas gostam de pôr nos espelhos retrovisores e lá fomos para a beira da estrada, a ver se fazíamos uns trocos.
E por falar em estradas.
Mais um apontamento sobre este país de loucos: quando um carro ou um camião avaria ou tem um furo, os indianos NUNCA se dão ao trabalho de tentar tirar a viatura da estrada e resolver o problema em segurança na berma. Deixam-na onde estão... e esqueçam triângulos a cem metros de distância e outras mariquices às quais chamamos "medidas de segurança": aqui o pessoal arranja umas dez ou vinte pedras e faz um perímetro a volta do camião. Tipo um murinho. Tão querido. E há quem ponha também uns ramos de árvores a sair das janelas dos carros, que fofinho.
Outro pormenor: não há espelhos laterais e poucos são os condutores que usam o espelho retrovisor para se orientarem com o trânsito à volta. O que está a dar na Índia é buzinar. A buzina utiliza-se ao máximo, seja para o que for mas especialmente em ultrapassagens, sejam elas pela direita, pela esquerda, por cima ou por baixo, ou mesmo entre camiões. À noite, só se ligam os faróis em situações extremas. E sempre nos máximos.
Nas estradas da Índia, mais do que ser visto - interessa é ser ouvido.
Ou não tivessem pintado nas traseiras dos camiões: HORN OK PLEASE.
PS: o primeiro parágrafo deste post é brincadeira.
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