Imagina um jipe. À volta tudo escuro, os faróis acesos são a tua única fonte de informação. Dizem-te que à tua frente há árvores, plantações de arroz e um caminho de cabras que lentamente vais percorrendo. No carro estão quatro indianos, além de ti próprio. Vão todos calados, fixando o escuro à volta; agora apercebes-te que há um projector aceso em cima do carro, a luz dança nervosa pelas árvores, rasgando o escuro, à procura de qualquer coisa.
Duas pancadas no tejadilho, o jipe pára. Olhas pela janela aberta, vês uns pés do lado de fora, há duas pessoas sentadas no tejadilho, num colchão ali posto só para este efeito.
Silêncio.
A luz do projector detém-se nuns arbustos a pouco mais de dez metros de ti. E de repente um tiro, e algures na selva um coelho a fugir de um destino que lhe razou a poucos centímetros do pêlo.
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