A quem possa, eventualmente, não estar a par das novidades: troquei Lisboa pela Cidade do México. Não sei ao certo por quanto tempo, provavelmente um ano, esse é o plano – mas o Destino tem dias e tem umas na manga, por isso eu sei lá, vai-na-volta e até fico mais tempo. Não estou muito preocupado com isso, por agora. Agora é ver. É viver o momento.
Seja como for: decidi aproveitar esta mudança para ver se é desta que recupero, finalmente!, a assiduidade aqui no blog. Depois de algumas tentativas falhadas... será? ;)
(Re)comecemos então no dia antes do dia em que saí de Lisboa.
Faltavam menos de 24 horas para levantar voo. Andava há uns dias em mood de despedida, com cafezinhos e almoçaradas com estes, passeios e copos com aqueles – combinações várias que culminaram num pôr-do-sol no Castelo de São Jorge, com direito a DJ e tudo.
Que ambiente incrível! Dei por mim a olhar para a cidade salpicada de ouro, em silêncio, a sorrir mas com um aperto no coração: esta partida é diferente, pensei, por muito que até tenha a intenção de voltar, o facto é que desta vez é diferente... não vou com regresso marcado. Não vou para uma viagem de grupo. Nem vou de férias. Nem vou só dar uma volta.
Quero dizer: vou dar uma bela de uma volta. Ai vou, vou.
Estava perfeita, a Luz. O sol a esconder-se para lá do Parque Eduardo VII, os raios dourados a atravessar toda a Baixa até ao Tejo. Que despedida, Lisboa! Vestida a rigor, como se quisesse ter a certeza que eu vou ter saudades. Como se fosse possível não ter saudades desta cidade.
“Até já, Lisboa” e mandei beijinhos com a mão, juro, tipo Amália em palco. E depois desci a pé pelo empedrado, até à Igreja de Santiago, onde me "esperava" uma mota da cooltra. Pus o capacete, montei-me e lá fui, entre turistas e tuktuks, um turbilhão de emoções finalmente a manifestar-se, agora é que é, agora é que é, amanhã lá vou eu, agora vou só acabar a mala, vou jantar, vou dormir... e amanhã...
Passei junto ao Miradouro das Portas do Sol, avancei pela Rua de São Tomé e pelo Jardim das Pichas Murchas; e fiquei parado atrás de um TVDE na Travessa do Açougue. Quando consegui passar, virei então para a Calçada de Santo André... e estava ainda no início quando, subitamente, o carro à minha frente travou para deixar outro passar.
Eu não ia depressa demais, nem colado demais... mas, ao travar para não bater no carro, por azar a roda da frente enfiou-se no carril e deslizou e foi um lá-vou-eu, e foi um é-desta-foda-se, e foi um bailarico louco de dois segundos, se tanto, e foi eu feito malabarista a ver se me safava de uma tragédia, e foi a mota num ziguezague cómico, e... catrapumba!
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