11/07/2014

QUEM TE AVISA TEU AMIGO É

Quando saí de Portugal há pouco mais de um mês, rumo a Moscovo para me encontrar com o grupo da Nomad que viria a acompanhar no Transiberiano, já sabia que depois de Pequim ia ter algum tempo para ir dar uma volta on my own.

Acabei por planear este passeio que tenho estado a fazer - Macau, Hong Kong, Kuala Lumpur e Siem Reap - mas, como com todas as opções que se fazem na vida, ao escolhermos um caminho abdicamos de outros.

Pensei em explorar um pouco mais a China - mas fosse pela meteorologia, fosse pela pouca vontade que estava de me demorar mais neste país, acabei por não ficar aqui. Admito que várias vezes, em Pequim, questionei-me se teria feito a escolha certa.

Também levantei a hipótese de voltar para a Índia e ir dar uma volta pelo Norte, quem sabe até Ladakh, tenho uns amigos de Bombaim que também querem lá ir... enfim, mas com a correria de vistos para o Transiberiano, quando finalmente tive o passaporte pronto, já não tinha tempo para fazer o visto da Índia. paciência, fica para a próxima.

Fui também desafiado para me meter no comboio de volta e ir conhecer um pouco mais da Mongólia. Acabei por não aproveitar a boleia, mas uma vez mais acabei por me arrepender um pouco, porque quando agora lá estive fiquei com vontade de mais.

Nunca estamos satisfeitos, caramba.

Eu não me posso queixar - não posso mesmo! Mas as coisas que ficam por fazer... enfim.

E onde é que eu quero chegar com este blablabla todo? A lado nenhum. Mas é bom às vezes lembrarmo-nos dos passos que demos para chegar onde estamos. E é engraçado reparar que a volta que estou a dar acabou por ser uma espécie de cinjugação de factores, a começar pelo facto de resultar de um processo de exclusão-de-partes. Não vou aqui por isto, não vou ai por aquilo... olha, vou para ali porque sim, e para acolá porque até dá jeito agora.

Mas esta conversa toda e ainda nem mencionei aquele que era suposto ser o meu destino, ao terminar o Transiberiano. Durante muito tempo alimentei este plano, sem pensar em mais voltas nenhumas - queria ir ao Japão.

Queria - e quero.

Mas quando comentei com amigos japoneses que estava a planear ir lá em Julho, a reacção foi unânime:

"Julho? És doido? Em Julho chove mais do que nos outros meses todos juntos!"

Acabei por perder a vontade. Não me importo de apanhar alguma chuva - ainda hoje foi uma daquelas molhas - mas daí a estar sempre a chover. Prefiro vir noutra altura.

"Vem na Primavera, ou no Outono, são as melhores alturas."

Ok. Comecei então a pensar na China, depois na Mongólia, finalmente a Índia. E vim parar aqui. Nada mau.

Mas imaginem que tinha mesmo ido para o Japão. Já leram as notícias? Há uma semana que só oiço falar de chuvadas, tempestades tropicais, desabamentos de terras... ainda bem que não fui para lá. Ficar fechado no hotel à espera que passe. Não.

E perder o passeio no bamboo train que fiz hoje? Não mesmo :)

1 comentário:

Clara Amorim disse...

Bamboo train? E não há fotos, nem mesmo cliks do dia???