22/06/2013

PLANO B

Quando acordámos pela segunda vez, já de manhã, apetecia pouco sair do quarto. A frustração era grande - e só de imaginarmos que, naquele momento, poderíamos estar a tomar banho na água borbulhante de umas termas, nos vulcões...

Tomámos o pequeno-almoço e fomos directos à agência, onde confirmámos o que já estávamos à espera: não havia volta a dar. O senhor que nos atendeu hoje até era bastante simpático, pediu desculpas (!) por não poder oferecer outro tour amanhã, mas os lugares tinham ficado vazios esta manhã - e a transportadora não queria saber de explicações. Paciência.
Entretanto tínhamos reservado para amanhã os 3 dias em todo-o terreno até Uyuni, na Bolívia. E apesar do senhor garantir que não haveria problema em adiar essa viagem, a verdade é que não tínhamos alternativa no que diz respeito aos geysers. A não ser comprar outro tour. Mas isso estava fora de questão.

Começámos então a mentalizar-nos que provavelmente os geysers não eram nada de especial. Deve ser muito turístico. E a altitude: um gajo fica logo com dores de cabeça. Se calhar não fomos por intervenção divina. Não era suposto irmos. Azar. E até temos uma piscina de águas termais a caminho da Bolívia, no tour de amanhã. Paciência, fica para a próxima... enfim, a verdade é que não valia a pena insistir com o drama.

Voltámos para o quarto, sem saber muito bem o que fazer, e praticamente sem-querer descobri a razão de não termos acordado com o despertador. O volume do telefone estava no mínimo.

Pois.

E um poço para eu me atirar, não há?

"Porque é que não alugamos umas bicicletas?," diz de repente um de nós ao outro, não me lembro se eu ao Bunty, ou se ele a mim. Também não interessa muito.

Nem vinte minutos depois estávamos já a pedalar pelas poeirentas ruas de San Pedro de Atacama, com um mapa no bolso e a máquina fotográfica na mochila. Comprámos duas garrafas de água e umas bolachas - e toca a pedalar, que já só temos o dia de hoje por aqui, e este plano B de repente até parece melhor que o original.

Lembrámo-nos que o Pablo, o espiritual guia de ontem no Vale da Morte, nos recomendara um lugar chamado "Garganta del Diablo". Na folha A4 com o mapa desenhado, que nos deram na agência das bicicletas, não vinha nada assinalado com esse nome. Mas perguntámos a alguns locais e depressa descobrimos onde ficava.

Vamos lá então!



2 comentários:

Clara Amorim disse...

Ora nem mais... Foi-se o Plano G (geyser), arranja-se um Plano B (bicicleta)!!!
Não se pode é ficar parado, que há sempre tanto para ver! :)

Lv disse...

O plano B nao parece mau ....