VOLTA AO MUNDO EM 80 VOLTAS
#2
Para surpresa de maior parte das pessoas que visitam pela primeira vez o Camboja, Angkor não é só um templo muito bonito que aparece em tudo-o-que-é-postais, canecas, t-shirts e souvenirs.
Esse dos postais chama-se Angkor Wat e é, merecidamente, a "estrela da companhia": um templo com quase mil anos que dizem ser o maior monumento religioso do mundo - e que é tão unanimemente espectacular que tanto consegue arrancar "uaus" a historiadores, filósofos e curiosos como à mais culturalmente insensível das Kardashians.
Mas Angkor - ou, para ser mais exacto, o Parque Arqueológico de Angkor -, é muito mais do que só Angkor Wat. É um dos maiores e mais importantes lugares arqueológicos do mundo, com cerca de mil templos (de quase-banais montes de pedras a estruturas incríveis como o tal dos postais) espalhados por 400 quilómetros quadrados, onde há mais de mil anos nasceu o Império Khmer, um dos mais importantes, evoluídos e complexos que a História teve a sorte de testemunhar.
Ao longo dos séculos, passaram por Angkor dinastias e invasores vários, religiões e tradições, grandes eventos e negligência. Desde que foi "redescoberta", primeiro por arqueólogos europeus e depois por turistas de todo o mundo, a mesma área que foi o centro de um vasto Império é agora a maior atração de um país pobre e sofrido, mas sorridente como poucos.
E se há mil anos viviam aqui quase um milhão de pessoas, hoje em dia Angkor é visitado por mais de dois milhões de turistas, anualmente.
Mais do que pela dimensão e números, o valor deste lugar reside na importância arqueológica das ruínas de templos, pontes, palácios, universidades, hospitais e hospedarias; no detalhe absurdo, que roça a perfeição, da arquitectura e da arte khmer, especialmente nos templos; e na complexidade do planeamento urbano, com destaque para as estruturas hidráulicas como canais e barragens, principalmente considerando o contexto geográfico, histórico e social em que foram construídos.
Angkor desperta o Indiana Jones que temos dentro de cada um de nós. E se cada pedra conta uma história, cada raiz é uma provocação da natureza ao homem, a reclamar o que é seu de direito, a mostrar quem na verdade manda, no longo prazo.
O Parque Arqueológico fica perto de Siem Reap, a cidade que serve de base aos milhões de turistas que visitam Angkor todos os anos; e as ruínas espalham-se numa área que vai desde o Grande Lago (Tonle Sap) até às Kullen Hills.
Além do one-of-a-kind Angkor Wat, destacam-se os portões monumentais de Angkor Thom, a "grande cidade" onde se pode visitar o Bayon e o Baphuon, o Terraço dos Elefantes, o Trono do Rei Leproso e as ruínas do Palácio Real, entre outros. Mais adiante, o Preah Khan é um dos meus templos preferidos, diz-se que foi também uma universidade; e o Ta Prohm é um dos que melhor preserva o delicado equilíbrio entre raízes e pedra, natureza e homem... foi, inclusive, cenário do filme "Tomb Raider", com a Angelina Jolie a fazer de Lara Croft.
Mas há mais: há muito, muito mais.
E se nesta fase me posso dar ao luxo de te dar um conselho, então ouve com atenção, que só vou dizer isto uma vez: vai a Angkor, assim que puderes. Reserva pelo menos três dias, leva um guia pelo menos num - e deixa que as pedras se transformem em História e em histórias. Acredita, porque já lá fui umas cinquenta vezes, entre grupos da Nomad e visitas particulares, e de cada vez que lá volto descubro novos cantos e recantos, segredos e curiosidades.
E se quiseres o tuktuk mais cool do Universo, liga ao Batman e diz que vens da minha parte ;)
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1 comentário:
E não faltam motivos para desenhar. Pelo menos dá para uns quantos fazerem negócio. Pena que os desenhos sejam de produção "industrial". Boas viagens!
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