15/08/2012

ESTA CIDADE QUE NÃO TEM NADA A VER COM NADA


Depois de quase um mês às voltas em mais uma viagem no Transiberiano (desta vez, com um grupo da nomad), retomo hoje a partilha de fotos e impressões sobre as 11 cidades que marcaram o meu 2011.

E aproveitando o espírito desta última aventura, eis que a cidade escolhida para este post - a 8ª desta série - é a capital da Mongólia, Ulaan Baatar. Ou, como é conhecida entre os amigos: UB.



Com poucos argumentos credíveis para constar seja em que "best of" for, a verdade é que esta cidade tão improvável, tão nada-a-ver-com-nada, me marcou.

Não sei se foi porque vinha de quase um mês na Rússia e estava a precisar de sorrisos e conversa. Não sei se foi porque a Mongólia era um país novo e estava sedento de conhecer esta cultura.

Terá sido o Gengis Khan refastelado no trono, na fachada do Palácio Presidencial? Ou os semáforos temáticos? Ou a estátua dos Beatles naquela rua entre a State Department Store e o Circo? Ou terá sido o maravilhoso churrasco regado a cerveja mongol? Ou, quem sabe, os dumplings. Ou os templos budistas. Terá sido o monumento soviético em cima daquele monte, com vista sobre a suja cidade onde a construção avança sem regras nem bom-senso? Terá sido o céu, o maravilhoso céu, infinito e cheio de possibilidades?

Esta cidade que não tem nada a ver com nada, tem qualquer coisa. Qualquer coisa que eu não sei bem explicar o que é. Um dia, quem sabe, vou descobrir. Voltei a UB há duas semanas - voltei a sentir o mesmo. O que é, ainda não sei. Mas sou paciente. Sou optimista. E sou um previlegiado, porque sei que vou voltar e por isso não tenho pressa em descodificar seja o que for. A seu tempo, a cidade há-de revelar-me o seu segredo.



















2 comentários:

Clara Amorim disse...

Pois nós também não temos pressa... Vamos saboreando calmamente as tuas crónicas e digerindo a magia que passa sempre por aqui!!!

Nuno Caldeira disse...

Revivi agora UB com a descrição! :)