28/01/2005

Casorios, noivados e outros passeios

Ja pedi desculpas, vamos aos factos:
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O casamento do Abbey
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Durante uma semana inteira, comemorou-se o casamento dos meus amigos Abbey Fizardo e Luisa D'Mello. Durante sete dias e sete noites aproximadamente, bebemos muito, comemos muito, cantamos, dancamos e ate fomos ah pesca. Tudo comecou com o Roce, que basicamente serve para familia e amigos abencoarem o noivo e o padrinho (na primeira noite) e a noiva e a madrinha (na segunda noite), dando-lhes um banho de leite de coco, ovos e muito mais. Depois foi o casamento propriamente dito, chiquissimo, muito piroso para o que estamos haituados aqui em Portugal... muito giro. Ainda por cima o vosso amigo (eu!) teve a honra de abrir a cerimonia na igreja, com uma leitura, e depois ainda fui cantar com a mae do Abbey, eheh, quem diria... eu a cantar num coro de igreja, em dueto... e fui elogiado toda a noite por causa da minha bela voz, ahah! Enfim, no dia seguinte juntamos o grupo da noiva e o do noivo e fomos todos para uma praia a norte de Bombaim, onde alugamos uma casinha, fizemos churrascos, cantamos e bebemos ate as tantas... e ate fomos ah pesca, mas sem grandes resultados! Depois foram mais algumas noites de jantaradas e saidas, ate ao dia em que os recem-casados foram de lua-de-mel para Singapura, e ai o pessoal dispersou.
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Mandu e Indore
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Dispersamos... e eu fui para Norte, mas nao muito. Os comboios estavam todos cheios para onde eu queria ir, por isso meti-me num autocarro para Indore e la fui eu dar mais uma volta, e quase sem querer fui parar a Mandu. Que espectaculo de sitio... lembram-se quando fui para Hampi e fiquei fascinado com todas as ruinas, etc? Mandu eh mais ou menos o mesmo genero, mas enquanto Hampi eram essencialmente ruinas de uma civilizacao qualquer hindu, la em Mandu eram ruinas muculmanas. Muitas mesquitas e tumulos, incluindo o primeiro edificio em marmore da India, que foi utilizado como modelo para os arquitectos que construiram o Taj Mahal. Logo no primeiro dia em Mandu conheci dois gajos la da terra, um era professor da primaria e o outro era barbeiro. Mas como nesses dias celebrou-se outra vez o Eid, havia feriado e fim de semana grande. Ou seja, estes dois acompanharam-me sempre em Mandu, e como um deles tinha uma casa em Indore, acabamos por ir os tres para la, e ate foi bem giro. Sinceramente nao estava nada numa de passar muito tempo la, mas a cidade revelou-se bem interessante, provavelmente a mais aproximada da minha ideia do que eh uma cidade indiana. Muito terceiro-mundo, mas com qualquer coisa muito fascinante. Alem do comercio, que esta por todo o lado, visitei todas as atraccoes turisticas, incluindo um templo jain todo feito e espelhos... um espectaculo! Ah, e Indore foi provavelmente o sitio na India onde comi melhor... e taaaaaaao barato!
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O noivado do Shoo Shoo
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O meu amigo Taher Ali (Shoo Shoo para os amigos) vai casar-se. Nisso nao ha nada de novo, mas fui convidado para ir tratar do noivado, e nao recusei, claro. Foi uma experiencia, no minimo, interessante. Nao que tenha adorado, mas agora que ja passou, nao esqueco tao depressa. La fui entao com o Shoo Shoo, a mae, o pai e a avo num autocarro pelas estradinhas do Maharastra, quatro horas de viagem ate Chalisgaon, onde vive a rapariguinha. Muito engracada, a miuda. O Ashroft ja me tinha dito que ela era gira e boa rapariga, e confirma-se. Mas a familia... por Ala! O pai era um alcoolico do pior (sim, um muculmano alcoolico, e nao eh o primeiro que eu conheco assim), e se fosse so isso... Nao eh que o senhor tinha em casa um negocio do mais ilegal - vendia alcool aos bebados locais. Ou seja, uma parte da casa estava sempre com pessoal que vinha so para os copos. Para entrar naquela casa era preciso passar por um corredor tao fininho que so dava para passar de lado! E o ambiente era do pior, com ratos por todo o lado... enfim, vou poupar pormenores. Eu e o Shoo Shoo ficamos num hotel, valeu-me isso, e durante os dois dias que la estivemos tratou-se de marcar o noivado e o casamento, e ainda fui visitar uma mesquita onde os muculmanos de toda a India levam as pessoas que estao possuidas por espiritos ou fantasmas. Que filme! So maluquinhos, era o que era, e para garantir que eu nao tinha nenhum espirito dentro de mim, tive de por uma dedada de cinzas na lingua e outra no pescoco... enfim, pra esquecer - ou nem por isso!
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Depois de voltar a Fardapur, onde soube que o Ashroft vai ser pai, meti-me em mais nao-sei-quantos autocarros e cheguei hoje de manha a Bombaim, para os anos do Abbey, que voltou ontem da lua-de-mel.

2 comentários:

Flip disse...

Jorge,
Pelo que tinha conhecimento, entrar numa mesquita não é propriamente o mesma coisa que entrar numa Igreja Católica, que está "sempre" aberta a todos aqueles que quiserem entrar. Uma das características de Igreja Católica é o facto de acolher todos.
Eu tinha a noção, dos relatos que tive, que a entrada numa mesquita era mais restrita a "estranhos". Seria um circulo mais fechado.
Desta forma é uma honra e um privilégio teres passado por toda essa experiência.
Aproveita bem.
Abraço
Filipe C.A.

Flip disse...

Jorge,
Pelo que tinha conhecimento, entrar numa mesquita não é propriamente o mesma coisa que entrar numa Igreja Católica, que está "sempre" aberta a todos aqueles que quiserem entrar. Uma das características de Igreja Católica é o facto de acolher todos.
Eu tinha a noção, dos relatos que tive, que a entrada numa mesquita era mais restrita a "estranhos". Seria um circulo mais fechado.
Desta forma é uma honra e um privilégio teres passado por toda essa experiência.
Aproveita bem.
Abraço
Filipe C.A.