Desta vez fico-me pela foto, a conversa deixo para outra oportunidade.
29/05/2007
WELCOME TO INDIA
Eu sei que não é costume choramingar no blog. Sei que normalmente tento dar ênfase aos muitos momentos bons de viajar, e se menciono algum episódio menos positivo, é ao-de-leve.
Eu sei... mas o regresso à Índia foi mau de mais para passar ao lado.
Aviso já que é uma história longa.
Tudo começou ainda em solo nepalês. Às seis da manhã estava a enfiar-me num autocarro, esperavam-me pouco mais de sete horas de viagem rumo à fronteira. Foi uma viagem puxada, no mínimo. Estradas de montanha – como já era de esperar – e uma condução sem adjectivos foram os ingredientes necessários para um constante sobressalto geral, tanto nos estrangeiros como nos locais. Só para dar uma ideia, duas francesas decidiram sair a meio do caminho, e foram de taxi as restantes três horas – tal era o medo. Ainda tentaram convencer mais alguns viajantes a partilharem o carro, mas ninguém se deu ao trabalho.
Mas não foram só os estrangeiros a ficar incomodados com a viagem: então não é que, a duas horas da fronteira, estava eu meio-a-dormir, quando sinto qualquer coisa molhada no meu braço... a menina do banco de trás resolvera vomitar, sem avisar nem nada, sem ter a decência de pôr a cabeça de fora... e quem é que levou com o dal bhat ainda quente? Exactamente.
O pesadelo só agora começara. Lavei-me assim que parámos para um chichi, e depois foi rezar para chegar depressa à Índia. E que bom que foi passar a fronteira! Que bom, a diferença do cheiro e dos sons, os meus sentidos já estavam meio adormecidos com o ar puro e o silêncio dos Himalaias, bem que precisavam de um abanão.
Durou pouco, o estado de graça.
Abreviando porque isto de escrever na net implica abreviar: fica aqui um histórico do que se passou nas seguintes vinte e sete horas. Sim, escrevi bem, e escrevi por extenso para não haver enganos. Vinte e sete horas – num autocarro local, sem bancos reclináveis nem outras mordomias. Isso é para meninos, bem-vindos à Índia.
14:00 Comprei o bilhete numa banca junto ao autocarro, segundo as instruções do pica, depois de escapar a trinta mil esquemas. Mesmo assim, fiquei com a sensação que estava a ser enganado.
14:30 O autocarro já devia ter saído há dez minutos. O pica anunciou em voz alta que havia chegado o momento de pagar os bilhetes, 490 rupias para Delhi. Eu tinha pago 670 e apesar de se confirmar o roubo, resolvi não dar muita importância.
15:00 Vamos sair (finalmente!), com uma hora de atraso e o suor e desconforto que isso implica, com este calor...
15:01 Entra um homem que nunca-vi-mais-gordo e vem ter directamente comigo. Pede-me o bilhete, mostro-lhe o talão das 670 rupias e ele diz que aquilo não serve para nada e que tenho de pagar mais 490. Os 670 são uma taxa de serviço, diz-me. Eu passo-me, digo que não pago nem mais um tostão, ele expulsa-me do autocarro e eu digo que vou chamar a polícia e que ele e o pica vêm comigo. Gritos, ameaça de porrada, vou apanhar, vou apanhar.
15:05 Mantive o sangue-frio, insisti que ia chamar a polícia, gritei quase tão alto quanto ele, e declarei que o autocarro não saía sem mim. E como magia aparece um bilhete vindo sei-lá-de-onde, alguém arrasta o outro gajo, que já espuma da boca, para a rua... e o autocarro parte. Comigo lá dentro.
15:06 Sou um herói para os nepaleses que viajam comigo no autocarro. O episódio da quase-porrada vai ser conversa recorrente nas próximas vinte e sete horas.
15:10 Avançámos cinquenta metros, se tanto. Temos um furo.
16:15 O furo foi arranjado, o autocarro volta a arrancar. Estou prestes a afogar-me no meu próprio suor.
16:45 Somos parados pela polícia. Entram dois agentes que fingem revistar alguns sacos e caixas, mas estão claramente à procura de sacar alguma coisa. Tentam mexer na minha mochila (que tem o computador lá dentro) mas eu não deixo, pedem-me o passaporte e fingem que estão a le-lo. De pernas para o ar! Safo-me, não me chateiam mais.
17:00 Depois de chatearem quase toda a gente no autocarro, os policias deixam-nos partir. Mas não sem antes ficarem com uma das cinco caixas de maçãs que um miúdo levava para vender no mercado da terrinha. O puto está quase a chorar, era o ganha-pão dele. Apetece-me largar uma bomba atomica neste pais.
Este foi apenas o início de um longo pesadelo, e se me vou poupar a muito mais descrições não é por falta de histórias. Desde darmos meia-volta e fazer dez quilómetros para trás porque o pica deixou o telemóvel num restaurante onde parámos para jantar; a termos trinta e tal pessoas a mais, crianças de colo incluídas, a dormir nos corredores; passando pela decisão do pica de expulsar três pessoas dos seus lugares para ele dormir confortavelmente (sob ameaça de que se não fossem para o corredor, iam para a rua), e dos inúmeros quase-choques-frontais e outros dramas... esta viagem foi qualquer coisa.
Cheguei a Delhi mais morto que vivo, praticamente sem ter dormido porque não havia posição possível... e fui recusado em três hoteis, sem razão aparente, até finalmente encontrar um poiso para o resto do dia.
Bem-vindo à Índia... e que bom que vai ser quando finalmente chegar a Dharamsala!
Eu sei... mas o regresso à Índia foi mau de mais para passar ao lado.
Aviso já que é uma história longa.
Tudo começou ainda em solo nepalês. Às seis da manhã estava a enfiar-me num autocarro, esperavam-me pouco mais de sete horas de viagem rumo à fronteira. Foi uma viagem puxada, no mínimo. Estradas de montanha – como já era de esperar – e uma condução sem adjectivos foram os ingredientes necessários para um constante sobressalto geral, tanto nos estrangeiros como nos locais. Só para dar uma ideia, duas francesas decidiram sair a meio do caminho, e foram de taxi as restantes três horas – tal era o medo. Ainda tentaram convencer mais alguns viajantes a partilharem o carro, mas ninguém se deu ao trabalho.
Mas não foram só os estrangeiros a ficar incomodados com a viagem: então não é que, a duas horas da fronteira, estava eu meio-a-dormir, quando sinto qualquer coisa molhada no meu braço... a menina do banco de trás resolvera vomitar, sem avisar nem nada, sem ter a decência de pôr a cabeça de fora... e quem é que levou com o dal bhat ainda quente? Exactamente.
O pesadelo só agora começara. Lavei-me assim que parámos para um chichi, e depois foi rezar para chegar depressa à Índia. E que bom que foi passar a fronteira! Que bom, a diferença do cheiro e dos sons, os meus sentidos já estavam meio adormecidos com o ar puro e o silêncio dos Himalaias, bem que precisavam de um abanão.
Durou pouco, o estado de graça.
Abreviando porque isto de escrever na net implica abreviar: fica aqui um histórico do que se passou nas seguintes vinte e sete horas. Sim, escrevi bem, e escrevi por extenso para não haver enganos. Vinte e sete horas – num autocarro local, sem bancos reclináveis nem outras mordomias. Isso é para meninos, bem-vindos à Índia.
14:00 Comprei o bilhete numa banca junto ao autocarro, segundo as instruções do pica, depois de escapar a trinta mil esquemas. Mesmo assim, fiquei com a sensação que estava a ser enganado.
14:30 O autocarro já devia ter saído há dez minutos. O pica anunciou em voz alta que havia chegado o momento de pagar os bilhetes, 490 rupias para Delhi. Eu tinha pago 670 e apesar de se confirmar o roubo, resolvi não dar muita importância.
15:00 Vamos sair (finalmente!), com uma hora de atraso e o suor e desconforto que isso implica, com este calor...
15:01 Entra um homem que nunca-vi-mais-gordo e vem ter directamente comigo. Pede-me o bilhete, mostro-lhe o talão das 670 rupias e ele diz que aquilo não serve para nada e que tenho de pagar mais 490. Os 670 são uma taxa de serviço, diz-me. Eu passo-me, digo que não pago nem mais um tostão, ele expulsa-me do autocarro e eu digo que vou chamar a polícia e que ele e o pica vêm comigo. Gritos, ameaça de porrada, vou apanhar, vou apanhar.
15:05 Mantive o sangue-frio, insisti que ia chamar a polícia, gritei quase tão alto quanto ele, e declarei que o autocarro não saía sem mim. E como magia aparece um bilhete vindo sei-lá-de-onde, alguém arrasta o outro gajo, que já espuma da boca, para a rua... e o autocarro parte. Comigo lá dentro.
15:06 Sou um herói para os nepaleses que viajam comigo no autocarro. O episódio da quase-porrada vai ser conversa recorrente nas próximas vinte e sete horas.
15:10 Avançámos cinquenta metros, se tanto. Temos um furo.
16:15 O furo foi arranjado, o autocarro volta a arrancar. Estou prestes a afogar-me no meu próprio suor.
16:45 Somos parados pela polícia. Entram dois agentes que fingem revistar alguns sacos e caixas, mas estão claramente à procura de sacar alguma coisa. Tentam mexer na minha mochila (que tem o computador lá dentro) mas eu não deixo, pedem-me o passaporte e fingem que estão a le-lo. De pernas para o ar! Safo-me, não me chateiam mais.
17:00 Depois de chatearem quase toda a gente no autocarro, os policias deixam-nos partir. Mas não sem antes ficarem com uma das cinco caixas de maçãs que um miúdo levava para vender no mercado da terrinha. O puto está quase a chorar, era o ganha-pão dele. Apetece-me largar uma bomba atomica neste pais.
Este foi apenas o início de um longo pesadelo, e se me vou poupar a muito mais descrições não é por falta de histórias. Desde darmos meia-volta e fazer dez quilómetros para trás porque o pica deixou o telemóvel num restaurante onde parámos para jantar; a termos trinta e tal pessoas a mais, crianças de colo incluídas, a dormir nos corredores; passando pela decisão do pica de expulsar três pessoas dos seus lugares para ele dormir confortavelmente (sob ameaça de que se não fossem para o corredor, iam para a rua), e dos inúmeros quase-choques-frontais e outros dramas... esta viagem foi qualquer coisa.
Cheguei a Delhi mais morto que vivo, praticamente sem ter dormido porque não havia posição possível... e fui recusado em três hoteis, sem razão aparente, até finalmente encontrar um poiso para o resto do dia.
Bem-vindo à Índia... e que bom que vai ser quando finalmente chegar a Dharamsala!
18/05/2007
Começou ontem à tarde. Estava em Pashupati, uma zona sagrada de Kathmandu que é uma espécie de aldeia dentro da cidade, cheia de templos e sadhus a meditar, e um rio onde os nepaleses lavam os pés dos mortos antes de os cremarem.
Eu estava sentado numa espécie de varanda sobre o rio, no topo de uma colina com vista sobre toda a área. Eu e dezenas de nepaleses, e lá em baixo outras tantas centenas, ao longo das margens, nas pontes, espalhados pelos templos.
O fumo das cremações enchia o ar com um cheiro que me é difícil descrever. O cheiro a carne queimada – carne humana.
E de repente a chuva. Grossos pingos de água quente manchando a pedra do chão, primeiro timidos e ganhando confiança aos poucos. Abriguei-me debaixo de uma árvore, junto a vários nepaleses, à espera que acalmasse. Passaram cinco minutos, e outros cinco, nos degraus junto ao rio já corria uma cascata castanha. A árvore deixou de ser abrigo, chovia copiosamente sobre quem se juntara debaixo dela.
Corremos à procura de um lugar mais abrigado. Corremos devagar, porque a corrente da água no chão era tão forte que corríamos o risco de escorregar. Antes molhado que partido.
Apesar de quase cheio, ainda havia espaço num dos templos. Encharcado, sentei-me no muro a fumar um cigarro. Ao meu lado, um sadhu com rastas até à cintura e o corpo coberto de cinzas, a cara pintada de amarelo e encarnado, ouvia música através de uns headphones cor-de-laranja. Um sadhu com um MP3 novinho em folha!
Num pequeno templo mesmo ao nosso lado, um grupo de rapazes nepaleses tinha-se sentado à conversa com um sadhu, a fumar uma ganza. E mesmo à nossa frente, do outro lado do rio, começava mais uma cremação. O barulho da chuva a cair na pedra e da água a correr nos degraus abafava o choro das mulheres. Três homens faziam companhia a um cadáver cujos pés estavam mergulhados no rio. Levantaram-no devagar e levaram-no para junto da multidão. Seis fogueiras continuavam a arder, apesar da chuva. O fumo misturava-se com os pingos, o ar continuava impregnado daquele cheiro, o mesmo de Varanasi.
Ainda não parou de chover em Kathmandu. Ontem à tarde, ontem à noite, hoje de manhã e parece-me que vai ser assim o resto do dia. Troveja, de vez em quando o flash de um relâmpago ilumina o ar húmido da cidade. A electricidade é desligada entre as quatro da tarde e as oito e meia da noite. Chove, e eu vou-me embora. Daqui a dois ou três dias volto a atravessar a fronteira, de regresso à Índia.
Eu estava sentado numa espécie de varanda sobre o rio, no topo de uma colina com vista sobre toda a área. Eu e dezenas de nepaleses, e lá em baixo outras tantas centenas, ao longo das margens, nas pontes, espalhados pelos templos.
O fumo das cremações enchia o ar com um cheiro que me é difícil descrever. O cheiro a carne queimada – carne humana.
E de repente a chuva. Grossos pingos de água quente manchando a pedra do chão, primeiro timidos e ganhando confiança aos poucos. Abriguei-me debaixo de uma árvore, junto a vários nepaleses, à espera que acalmasse. Passaram cinco minutos, e outros cinco, nos degraus junto ao rio já corria uma cascata castanha. A árvore deixou de ser abrigo, chovia copiosamente sobre quem se juntara debaixo dela.
Corremos à procura de um lugar mais abrigado. Corremos devagar, porque a corrente da água no chão era tão forte que corríamos o risco de escorregar. Antes molhado que partido.
Apesar de quase cheio, ainda havia espaço num dos templos. Encharcado, sentei-me no muro a fumar um cigarro. Ao meu lado, um sadhu com rastas até à cintura e o corpo coberto de cinzas, a cara pintada de amarelo e encarnado, ouvia música através de uns headphones cor-de-laranja. Um sadhu com um MP3 novinho em folha!
Num pequeno templo mesmo ao nosso lado, um grupo de rapazes nepaleses tinha-se sentado à conversa com um sadhu, a fumar uma ganza. E mesmo à nossa frente, do outro lado do rio, começava mais uma cremação. O barulho da chuva a cair na pedra e da água a correr nos degraus abafava o choro das mulheres. Três homens faziam companhia a um cadáver cujos pés estavam mergulhados no rio. Levantaram-no devagar e levaram-no para junto da multidão. Seis fogueiras continuavam a arder, apesar da chuva. O fumo misturava-se com os pingos, o ar continuava impregnado daquele cheiro, o mesmo de Varanasi.
Ainda não parou de chover em Kathmandu. Ontem à tarde, ontem à noite, hoje de manhã e parece-me que vai ser assim o resto do dia. Troveja, de vez em quando o flash de um relâmpago ilumina o ar húmido da cidade. A electricidade é desligada entre as quatro da tarde e as oito e meia da noite. Chove, e eu vou-me embora. Daqui a dois ou três dias volto a atravessar a fronteira, de regresso à Índia.
17/05/2007
16/05/2007
WHY LIKE THIS?
O André e a Inês foram embora hoje de madrugada. Vieram despedir-se ao meu quarto, mas eu estava ferrado e não me lembro de quase nada. Eram cinco da manhã, acho. Voaram para Delhi, daqui a dois dias voltam para Portugal. Eu por cá fico, mais algum tempo, até novo reencontro em Lisboa.
Então poderemos lembrar, mais uma vez, os dias loucos desta aventura a três. O fim de tarde no Nine Bar, o nosso amigo canibal, as conversas em Português nas ruas de Panjim, as corridas do André até ao mar por razoes que não é preciso descrever. A noite ao relento em Palolem, de fato-de-banho, deitados na canga até às tantas a rir de tudo e mais alguma coisa. Vingativo como um caranguejo!
Depois de Goa, Bombaim. O Abbey e a Louisa, a night que era só para ser um copo e acabou num after-hours com tudo bêbado. O passeio de carro, com motorista, da ponta sul ao extremo norte da cidade, com passagem em Juhu Beach e no pani puri de Lokhanwala.
Aurangabad, as grutas de Ellora, as grutas de Ajanta – e Fardapur. Eu e o André a fazer a barba e hair massage, o jantar em casa do Shoo Shoo e do Ashroft, a henna da Inês que teima em nao sair. A minha visão do Inferno, numa estação de comboios cujo nome nem me vou dar ao trabalho de tentar lembrar. E depois a viagem de 28 horas até Varanasi, a chegada à noite, o riquexó que obviamente nos queria levar a todo o lado menos ao nosso hotel. A caminhada pelas ruas, de mochila às costas, às escuras. O passeio de barco ao nascer-do-sol, o passeio de barco ao pôr-do-sol, e a cerimónia inesquecivel junto ao rio a que tivémos o privilégio de assistir.
E finalmente o Nepal! Os três dias de trekking, o sol a nascer no Annapurna, os 3280 degraus de uma assentada só, o ataque das sanguessugas, os cães que nos fizeram companhia, o passeio à noite em Gandruk, a chuvada a caminho de Birethandi. As pessoas sempre a sorrir e a dizer Namaste. Os Himalaias, os Himalaias, os Himalaias! E Kathmandu, provavelmente uma das surpresas mais agradáveis dos últimos tempos, quem diria que a cidade é-o-que-é.
Eles foram embora – eu fico mais uns dias e depois volto à estrada. Quero perceber melhor Kathmandu, quero aventurar-me nas ruas cheias de templos e gente. Há qualquer coisa de estranho e maravilhoso no ritmo desta cidade, ainda não sei muito bem o quê mas vou tentar descobrir.
Eles foram embora, e como diz aqui o ditado:
What to do? Back to Kathmandu!
Então poderemos lembrar, mais uma vez, os dias loucos desta aventura a três. O fim de tarde no Nine Bar, o nosso amigo canibal, as conversas em Português nas ruas de Panjim, as corridas do André até ao mar por razoes que não é preciso descrever. A noite ao relento em Palolem, de fato-de-banho, deitados na canga até às tantas a rir de tudo e mais alguma coisa. Vingativo como um caranguejo!
Depois de Goa, Bombaim. O Abbey e a Louisa, a night que era só para ser um copo e acabou num after-hours com tudo bêbado. O passeio de carro, com motorista, da ponta sul ao extremo norte da cidade, com passagem em Juhu Beach e no pani puri de Lokhanwala.
Aurangabad, as grutas de Ellora, as grutas de Ajanta – e Fardapur. Eu e o André a fazer a barba e hair massage, o jantar em casa do Shoo Shoo e do Ashroft, a henna da Inês que teima em nao sair. A minha visão do Inferno, numa estação de comboios cujo nome nem me vou dar ao trabalho de tentar lembrar. E depois a viagem de 28 horas até Varanasi, a chegada à noite, o riquexó que obviamente nos queria levar a todo o lado menos ao nosso hotel. A caminhada pelas ruas, de mochila às costas, às escuras. O passeio de barco ao nascer-do-sol, o passeio de barco ao pôr-do-sol, e a cerimónia inesquecivel junto ao rio a que tivémos o privilégio de assistir.
E finalmente o Nepal! Os três dias de trekking, o sol a nascer no Annapurna, os 3280 degraus de uma assentada só, o ataque das sanguessugas, os cães que nos fizeram companhia, o passeio à noite em Gandruk, a chuvada a caminho de Birethandi. As pessoas sempre a sorrir e a dizer Namaste. Os Himalaias, os Himalaias, os Himalaias! E Kathmandu, provavelmente uma das surpresas mais agradáveis dos últimos tempos, quem diria que a cidade é-o-que-é.
Eles foram embora – eu fico mais uns dias e depois volto à estrada. Quero perceber melhor Kathmandu, quero aventurar-me nas ruas cheias de templos e gente. Há qualquer coisa de estranho e maravilhoso no ritmo desta cidade, ainda não sei muito bem o quê mas vou tentar descobrir.
Eles foram embora, e como diz aqui o ditado:
What to do? Back to Kathmandu!
08/05/2007
VICISSITUDES... :)
Um mês em Goa de papo para o ar. Três semanas por conta própria e uma com o André e a Inês, que já chegaram. Depois Bombaim - os comboios suburbanos, driver para nos levar a casa, Juhu Beach e uma noitada de copos. Aurangabad, as grutas de Ellora e Ajanta, e como ja é costume Phardapur.
Estamos em Varanasi, depois de 28h num comboio, e tanto ou tão pouco temos feito que não tem havido tempo nem muita paciência, confesso, para escrever no blog.
Estou em falta com a descrição do Gary, com um resumo do mês passado em Goa e tudo o resto que se seguiu. Assim que puder, venho cá publicar qualquer coisa.
Próxima Paragem... Nepal?
Estamos em Varanasi, depois de 28h num comboio, e tanto ou tão pouco temos feito que não tem havido tempo nem muita paciência, confesso, para escrever no blog.
Estou em falta com a descrição do Gary, com um resumo do mês passado em Goa e tudo o resto que se seguiu. Assim que puder, venho cá publicar qualquer coisa.
Próxima Paragem... Nepal?
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