Não sei se foi por timidez, ou porque não dominava bem o inglês e queria ter a certeza de que se fazia entender - mas o convite para ir com o Kousik e o amigo para a aldeia deles, e para ficar a dormir em casa da família do Kousik... foi feito por escrito.
Durante a tarde que passámos em Bishnupur, o Kousik estendeu-me uma fola A4 com uma carta escrita. Foi dos momentos mais engraçados: eu a ler a carta em frente aos dois indianos, eles a olhar para mim, a estudar-me as reacções, na expectativa do que eu ia dizer.
Na carta, o Kousik voltava a apresentar-se. Estudante do 4º ano de Pintura, no Indian Art College de Calcutá. E depois de pedir desculpa pelo inglês e assumir que tinha estado a escrever a carta à noite, com um dicionário ao lado, passava então a convidar-me para visitar a aldeia, que ficava a 50km de Bishnupur, cerca de uma hora e vinte de mota. Descrevia alguns dos pontos de visita mais interessantes, assegurava-me que me ia sentir seguro com a sua família - e desculpava-se com o facto de ser uma casa pobre, feita de "solo".
Recusa-se um convite destes?
Claro que não.
E lá fui com os meus dois novos amigos, a três numa mota, mais as minhas mochilas e uma que eles traziam... durante três horas - três!, incluindo paragens para descansar e tomar chai, claro.
3 comentários:
e uma foto da carta???
Muito boa, esta...! Até porque as cartas estão a tornar-se cada vez mais raras!!!
Guarda essa carta que será de certeza uma relíquia :)
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