16/01/2014

TOCA-E-FOGE, CALCUTA

O aviao aterrou ah meia-noite, quinze minutos antes da hora prevista. Passaporte e malas, multibanco que nao funciona, cambio malandro e consegui sair para a praca de taxis ah uma da manha. E cheguei ao hotel, como previsto, quase as duas.

Deitei-me a ler um bocado, apesar de estar estafado. O cao a chorar debaixo da minha janela nao me deixava descontrair, por isso toca a por os fones, li dois capitulos e ainda joguei tres sudokus. E adormeci: ferrado.

Hoje acordei sem despertador, primeiro as sete, depois as nove, levantei-me quando me apeteceu levantar, tomei banho e depois de fazer o check-out, sai para a rua.

Check-out? Mas ainda agora chegaste, Jorge Vassallo.

Eu sei. Mas nao me apetecia ficar em Calcuta. Ja conheco a cidade. Nao tenho assim tanto tempo, desta vez. Um mes. Nao chega a um mes. Um mes menos tres dias. E ainda vou ter com a "minha familia indiana" a Bombaim, vou a um casamento no Kerala e passo em casa do Bunty no final... bem, se comecar a fazer as contas, nao sobra assim tanto. Por isso: desta vez eh so um toca-e-foge, Calcuta. Para a proxima: quem sabe.

Dez da manha.

Sai com as duas mochilas, a grande as costas e a nao-tao-grande ah frente, que figura, va-se la saber porque mas hoje sentia-me desconfortavel assim vestido de mochileiro, parecia uma tartaruga gorda e a sua carapaca, um enorme caracol branco de casa as costas. Fiz mal em trazer tanta coisa. Deixei um saco em Bangkok, devia ter deixado dois.

Ca vou eu, portanto, a pe por uma Calcuta envolta em nevoeiro, numa manha fria e cinzent... cinzenta?! Nunca! Cinzenta: nem pensar! Na India, onde tudo eh possivel - o cinzento nao existe. Pelo menos sozinho, em exclusivo. Alias: nesta manha de nevoeiro, o amarelo dos taxis parece-me destacar-se mais. O laranja das manchas de paan cuspido no chao. O vermelho das bandeiras com a foice e o martelo. E os autocarros, mais azuis e mais amarelos, parecem a bandeira da Ucrania. Curioso: o livro que estou a ler passa-se na Ucrania.

Mas estou na India! E estou prestes a lancar-me na primeira aventura deste mes: cinco horas de autocarro ate Bishnupur, uma terrinha que sabe-se la porque despertou a minha atencao, na breve preparacao que fiz da viagem.

Toca-e-foge, Calcuta. Desculpa la, mas desta vez eh mesmo assim.

1 comentário:

Clara Amorim disse...

Huuummmm.... Bishnupur!
O nome promete! Vamos lá então conhecer!!!