Uma delas praticamente só sorria, não falava uma palavra de inglês além do básico dos filmes. Está há dezasseis anos em Bombaim e era católica. A outra era muçulmana, licenciada e tinha trabalhado na Arábia Saudita. Estava em Bombaim há dois anos, apenas.
Quanto à conversa propriamente dita, prometo que amanhã partilho um pouco mais. Por agora ficam as fotos. Foi uma das horas mais estranhas e intensas de todas as minhas viagens. Foi uma viagem, por si só. E espero que, entre as fotos que vou partilhar agora, os desenhos que o Luís há-de mostrar um dia, mais os relatos de hoje e os de amanhã - só espero que consiga transmitir algumas das sensações que vivemos, e o especial que foi conseguir chegar tão perto desta realidade tão diferente, tão sofrida, tão "fora".
As fotografias que se seguem estão despidas de preconceitos e moralismos, de espírito crítico, de ideias feitas. São o que são. São o que consegui. São apenas o momento partilhado, confesso que com algum deslumbre, algum medo, algum sofrimento físico e psicológico.
Quando saímos do quarto, ao fim de mais de uma hora, estávamos os três banhados em suor e porcaria. Atravessar a porta para o corredor foi como sair de uma sauna para um quarto com ar condicionado. Incrível. Estávamos exaustos.
4 comentários:
Que partilha tão intensa...!
Imagino como terá sido in loco!!!
Li o primeiro texto sobre as hijras ao almoço e tenho passado a tarde toda sempre à espera de novos textos! Estou a adorar!
Também fiquei à espera, ansiosamente, pelo post! Parabéns Jorge! Parabéns, parabéns!
Obrigada por este novo olhar sobre Bombaim (pelo menos para mim :) )
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