É inevitável, às vezes não há como dar a
volta: somos turistas, pois somos, não me venham cá com a história do viajante,
etc... somos estrangeiros, podemos disfarçar e mais-não-quê, ter uma postura
mais assim, fazer opções que consideramos diferentes, originais, mais
terra-a-terra, o-que-for. Nas reacções às nossas acções, nas pegadas que deixamos, por mais ao-de-leve, naquilo que representamos para quem vê de
fora, não deixamos de ser: turistas.
Enfim: continuemos.
Fomos ter com o Álvaro e a Marta ao princípio da noite e jantámos
- uma espécie de despedida, até um dia destes, abraços e beijinhos e saudades.
Levámos as mochilas para o restaurante e depois do jantar seguimos em passo apressado na direcção
do rio: tínhamos encontro marcado com a Eládia Isabel. E não queríamos chegar atrasados. Porque a Eládia Isabel não espera por ninguém.
Ora a Eládia Isabel... como explicar. Como descrevê-la, se
eu próprio dormi o tempo quase todo.
Tem nome de cantora pimba, mas não é muito dada a espectáculos. A Eládia Isabel faz o que tem a fazer. Bem... a Eládia transporta pessoas - não, esta não é a melhor forma de a apresentar, escrito assim até consigo imaginar uma mulher com pessoas às costas.
Ok, cartas na mesa: a Eládia é um barco. Pronto, já disse.
Ok, cartas na mesa: a Eládia é um barco. Pronto, já disse.
Imaginem um cacilheiro chamado Eládio Clímaco, ou Rute Marlene... é mais ou menos isto, mas em vez de fazer a travessia de Lisboa para o Barreiro, a Eládia transporta pessoas da Argentina para o Uruguai, e
vice-versa. Chique.
E não é a única. Eu cá não sou de falar mal dos outros, eu nem tenho nada a ver com a vida das outras pessoas, cada um faz o que quer, cada macaco no seu galho... mas disse-me um passarinho que há outros a fazer o mesmo: o Luciano Frederico, por exemplo. E a Sílvia Ana - para a frente e para trás, cheios de turistas a atravessar o Rio de la Plata...
Mas porquê a Eládia? Porquê a Eládia Isabel e não outro barco qualquer?
Porque não havia uma Constança Teixeira da Cunha. Se eles tivessem um barco chamado Constança, eu ia.
E não é a única. Eu cá não sou de falar mal dos outros, eu nem tenho nada a ver com a vida das outras pessoas, cada um faz o que quer, cada macaco no seu galho... mas disse-me um passarinho que há outros a fazer o mesmo: o Luciano Frederico, por exemplo. E a Sílvia Ana - para a frente e para trás, cheios de turistas a atravessar o Rio de la Plata...
Mas porquê a Eládia? Porquê a Eládia Isabel e não outro barco qualquer?
Porque não havia uma Constança Teixeira da Cunha. Se eles tivessem um barco chamado Constança, eu ia.
Não. Agora a sério: porquê a Eládia?
Não foi por amor, concerteza. Nem que seja porque nem a conhecíamos, ainda. Não sabíamos se era bonita, se era simpática, se era eficiente. Se era de boas famílias. Só escolhemos a Eládia por conveniência, admito. Porque saía de Buenos Aires à noite e isso dava jeito... e porque era mais barata.
Não foi por amor, concerteza. Nem que seja porque nem a conhecíamos, ainda. Não sabíamos se era bonita, se era simpática, se era eficiente. Se era de boas famílias. Só escolhemos a Eládia por conveniência, admito. Porque saía de Buenos Aires à noite e isso dava jeito... e porque era mais barata.
Desembarcámos no Uruguai a meio da noite, nem sei bem a que horas, parecíamos
zombies a chegar a Colónia del Sacramento, mas nem vimos nada da cidade, passámos do interior do barco para o interior de um autocarro e dormimos até ao sol nascer. Até chegarmos a Montevideo.
Já agora: alguém sabe se os cacilheiros têm nomes?
Já agora: alguém sabe se os cacilheiros têm nomes?
4 comentários:
Parece que têm :)
http://www.simplonpc.co.uk/LisbonFerries_car.html
Bom dia!
Palmelense, Dafundo, Campolide, Seixalense, Sintrense e Trafaria-Praia.
Como sabes sou fã destes 2 principais ingredientes:
flan e dulce de leche, a mistura deve ser de comer e pedir MAISSSS
Bem, a Eládia Isabel também serviu para outra coisa... Para nos deixares esta crónica tão bem-humorada!!!
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