29/07/2014

UMA FRANCESINHA

Tudo começou com uma Francesinha que nem era para ter acontecido.

O plano original era jantar num restaurante caboverdiano de uns amigos do Inácio e da Leninha - mas quando lá chegámos estava fechado, por isso subimos na direcção da Batalha e fomos comer uma Francesinha ao Santiago.

Eu tinha acabado de chegar ao Porto - vou ficar aqui uns dias em modo Conspiração, a preparar o ano que vem - e vir ao Porto sem comer Francesinha é como aquela de Roma e do Papa. Tem de ser. Ou seja: à falta de caboverdiano, vai uma francesa.

Sentámo-nos os cinco, quase-seis, à mesa:

eu,
o Tiago (meu boss e líder de viagens da Nomad),
a Angela (designer residente e cúmplice de viagens),
o Inácio e a Leninha (mentores dos projecto Dar a Volta)
e a Alice (ainda na barriga da Leninha, mas não por muito mais tempo).

A Francesinha foi só um acompanhamento, ou um pretexto, ou uma desculpa - porque na verdade o prato principal foram mesmo as viagens. As histórias antigas, as peripécias partilhadas, as últimas novidades... e quem diria que, com um tema tão doce em cima da mesa, a sobremesa ia ser tão amarga.

Estávamos sentados na esplanada, os pratos já vazios e as barrigas cheias, quando a meio de uma discussão qualquer sobre sabe-se lá o quê ou onde...

"Onde é que está a minha carteira?", pergunta a Leninha já com cara de fui-assaltada.

Levantámo-nos em pânico, alguns a olhar à volta e outros a ver se está por baixo da mesa, por detrás do vaso, em cima da cadeira - mas nada. A carteira tinha desaparecido. E lá dentro: iphone, porta-moedas, documentos e cartões, chaves de casa, chaves do carro e outros etcs.

Na mesa ao lado as senhoras agarraram-se às suas carteiras, alguns olhares viraram-se na nossa direcção como que a dizer "coitados"... e eis senão quando o Tiago vira-se para o Inácio e pede-lhe o username da Apple:

"Podemos localizar o telefone, se o ladrão ainda não o tiver desligado!"

Dito e feito. O Inácio transmitiu os seus dados ao Tiago e depois de alguns segundos de suspense:

"Está na Rua de Alegria! Vamos!"

E saímos - eu, o Inácio e o Tiago - a correr pelas ruas do Porto.

Bad boys, bad boys, what u gonna do
What u gonna do when they come for you

2 comentários:

Clara Amorim disse...

Esta história promete...!

Anónimo disse...

E a francesinha estava boa, ao menos?

Célia