Continuando com os filmes sobre rodas em Moscovo, nas idas e vindas ao aeroporto.
Reza a História Número Dois que às cinco da manhã, quando tive de voltar novamente ao Demodedovo - e obviamente não havia metro nem comboios a funcionar -, pedi na recepção para me reservarem um táxi.
Apesar de ter pago dois mil rublos no sentido contrário, e de saber que é possível pagar apenas mil e oitocentos, na recepção pediram-me três mil. Era o preço de balcão, oficial segundo o próprio hotel, e às horas que eram, com a pressa que eu tinha em chegar, não havia como discutir. E também não podia dar-me ao luxo de ir para a rua procurar uma alternativa mais barata.
Toma lá os três mil rublos, portanto. Sessenta e cinco euros - coisa pouca.
O senhor taxista já me esperava na recepção quando cheguei, e apesar de ainda faltarem dois minutos para as cinco da manhã, recebeu-me com umas trombas que seriam compreensíveis se eu estivesse meia hora atrasado e ele tivesse de ir deixar os miúdos à escola.
Saímos do hotel, descemos a rampa até à rua, parámos no semáforo e o senhor abriu a porta, saiu do carro e fez-me sinal para esperar um minuto. Tive de respirar fundo, de qualquer forma o sinal estava "fechado", por isso não me estava propriamente a empatar. Vi-o aproximar-se de outro homem no passeio, conversaram durante trinta segundos e de repente vieram os dois ter comigo, abriram-me a porta e mandaram-me passar para outro carro.
"Mas porquê?"
"Ele é taxista, vai levar-te ao aeroporto."
Incrível. Nem me dei ao trabalho de mandar vir, eu queria era ir-me embora o mais depressa possível, e já vi isto acontecer noutros países. Basicamente o senhor deu uns dois mil rublos ao outro, meteu mil ao bolso e não se chateou mais.
E eu enfiei-me no outro taxi e lá fui para o aeroporto. Já sem lentes, ou seja: passei um bocadinho pelas brasas, pois ainda não tinha pregado olho.
Só filmes.
1 comentário:
Filmes sim, mas de humor negro...! ;)
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