05/06/2014

EM BUSCA DO COPO DO RONALDO (parte 1?)

Fui dar uma volta ao fim da tarde por Moscovo, em busca de um KFC. Quero levar no Transiberiano um copo do Ronaldo. Mas aquilo que pensava ser uma tarefa fácil - o mapa do "find a KFC" mostrava restaurantes por toda a cidade - revelou-se uma tarefa bem mais árdua.

Confesso que memorizei apenas três. Aqueles que me pareceram mais perto. Dois deles ficavam na Tverskaya, uma das principais avenidas da cidade, que começa perto da Praça Vermelha. Foi para aí que me dirigi. E como nem era muito longe (vinte minutos, meia hora a pé no máximo), lá fui eu em animado passo, a sorrir com o calor e o sol. Devia ter posto os headphones, mas esqueci-me.

Cheguei à Tverskaya e dirigi-me ao lugar onde tinha marcado, na minha memória, o lugar onde ficava o KFC. Nada. Atravessei a rua e espreitei na esquina oposta, voltei ao ponto de partida, perguntei a quem passava. Nem vê-lo. Não existia.

Avancei pela Tverskaya acima. Tinha visto outro mais à frente no mapa, lembro-me bem. Mas andei, andei, andei... e nada. Será que tinha lido mal o mapa? Continuei a avançar até que achei melhor ver o GPS do telefone, talvez fosse altura de voltar para trás, ou de virar em algum lado e encontrar a Arbat, mais perto do meu hotel.

E foi nesse exacto momento, já de telefone na mão e com o mapa ligado, que vi finalmente um KFC. Que coisa tão parva - ficar tão contente por encontrar um KFC. Mas a verdade é que foi mesmo assim. Guardei o telefone no bolso e lá fui em passo acelerado, já a imaginar-me com um copo enorme na mão, com a foto do Ronaldo e umas palavras em cirílico, daqui a muitos-muitos anos, já velhinho, a contar aos meus netos que "este foi o copo que comprei em Moscovo, uns dias antes do Mundial do Brasil em 2014, quando Portugal foi Campeão do Mundo".

Mas hoje não era o dia.

Vá-se lá perceber porquê, provavelmente a promoção só arranca mais perto do Mundial - mas não havia qualquer referência ao Ronaldo e ao copo do Ronaldo. Ainda perguntei a uma rapariga ao balcão, mas as trombas com que reagiu foram tais, que saí do restaurante sem copo nem menu nem nada.

Não há Ronaldo, não há KFC. Era só o que faltava.

Acabei por fazer a pé da Tverskaya até Arbat, "à volta". E jantei no My My, que se lê "Mu Mu" e é uma cadeia local que tem comida barata e saborosa. Tinha os pés a arder e custou-me cumprir os últimos cinco minutos de volta ao hostel.

Amanhã volto à carga. Já fui ver melhor o mapa e percebi que "falhei" dois KFCs por pouco, não eram bem na Tverskaya, mas muito perto, eu é que não dei por eles. Enfim. Paciênciaaaaa, Jorge Vassallo. Muita paciência. ;)

E da próxima levo headphones.