19/04/2013

ALFAZEMA, MEL E AGENTES DO FBI


Mandam-me abrir a mala e eu obedeço, atrapalhado. Explico, nervoso, que tenho uns frascos que me ofereceram no Rio de Janeiro, mas nem sei bem o que têm dentro. Entretanto tiro da mochila t-shirts e meias e sabe-se lá mais o quê, e caem na mesa ervas e folhas e florzinhas azuis.

"Alfazema," digo a sorrir. Tinha apanhado uma ramada, à ida para o autocarro, e enfiei-a à pressa na mochila, sempre fico com a roupa a cheirar bem. O homem deve achar que sou doido. Se calhar sou mesmo. Entretanto aparece o primeiro frasco, enrolado em "plástico de bolinhas". E depois o segundo. E o terceiro. Só não aparecem os agentes do FBI, que pelo andar da carruagem já cá deviam estar. Será que me vou conseguir safar?

"Estes dois podem passar," diz-me o homem pousando dois frasquinhos na mesa, "mas este fica."

E está o assunto arrumado. Nem multas nem cadeira eléctrica, nem guantanamo nem FBI - nada. "Boa viagem" e já está.

Respiro fundo e fecho a mochila, agradeço a amabilidade e num salto estou dentro do autocarro. Pernas para que vos quero, antes que os oficiais mudem de ideias, antes que apareçam os agentes do FBI.

Foi-se o mel, ficaram os doces de banana e morango. Menos mau. Próxima paragem: Puerto Natales.

2 comentários:

Clara Amorim disse...

Happy ending...! :) :) :)

kyta disse...

Vá lá....