Mandam-me abrir a mala e eu obedeço, atrapalhado. Explico,
nervoso, que tenho uns frascos que me ofereceram no Rio de Janeiro, mas nem sei
bem o que têm dentro. Entretanto tiro da mochila t-shirts e meias e sabe-se lá mais o quê, e caem na mesa
ervas e folhas e florzinhas azuis.
"Alfazema," digo a sorrir. Tinha apanhado uma ramada,
à ida para o autocarro, e enfiei-a à pressa na mochila, sempre fico com a roupa
a cheirar bem. O homem deve achar que sou doido. Se calhar sou mesmo. Entretanto aparece o primeiro frasco, enrolado em "plástico de bolinhas". E depois o segundo. E o
terceiro. Só não aparecem os agentes do FBI, que pelo andar da carruagem já cá deviam estar. Será que me vou conseguir safar?
"Estes dois podem passar," diz-me o homem pousando
dois frasquinhos na mesa, "mas este fica."
E está o assunto arrumado. Nem multas nem cadeira eléctrica, nem guantanamo nem FBI - nada. "Boa viagem" e já está.
Respiro fundo e fecho a mochila, agradeço a amabilidade e
num salto estou dentro do autocarro. Pernas para que vos quero, antes que os
oficiais mudem de ideias, antes que apareçam os agentes do FBI.
Foi-se o mel, ficaram os doces de banana e morango. Menos
mau. Próxima paragem: Puerto Natales.
2 comentários:
Happy ending...! :) :) :)
Vá lá....
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