20/03/2015

IR-E-VIR

Terminou hoje a 23ª edição da viagem à Indochina - ou seja, foi Dia de Piscinas.

Em todos os sentidos, diga-se.

Por um lado, porque com o calor que tem feito nos últimos dias, hoje não resisti e fui com o grupo "queimar os últimos cartuchos" na La Pistoche, uma piscina nos arredores de Luang Prabang onde se está muuuuito bem. E onde a sangria é quase melhor que a própria piscina, imagine-se.

Depois, porque estive a "fazer piscinas" entre o aeroporto e o hotel. E que emocionante, este ir-e-vir de hoje. À primeira volta tivemos um problema com o cartão de crédito de uma das viajantes. No final tudo se resolveu, mas foi preciso alguma ginástica e boa vontade. Depois, na segunda dose, achava eu que estava tudo bem quando deixei os clientes já com o check-in feito, quando no regresso para a cidade, o tuktuk parou a meio do caminho. E ali fiquei eu à espera, eu e o driver, que não fazia ideia como resolver a situação... e mandou vir um mecânico. Foi quase uma hora a esturricar - e foi preciso mesmo muuuita paciência. E internet no telefone - confesso que ajudou. Só para me distrair, enquanto o universo fazia uma pausa.

Finalmente, na última viagem do dia... ok, admito que já estava à espera que acontecesse alguma coisa. Afinal: não há duas sem três, certo? E tinha mesmo que ser. Mal chegámos ao aeroporto... uma fila enorme no check-in, coisa rara no (mini) aeroporto de Luang Prabang. Algo de estranho se passava.

"Passa-se alguma coisa?"

"Desculpem mas temos o sistema em baixo, e vamos ter de registar os passageiros manualmente, um a um."

Como antigamente, pensei.

Demorou o que tinha de demorar. E assim que voltei à cidade fui directo para a Cruz Vermelha, fazer uma massagem, que tem fama de ser das melhores daqui. Deitei-me no colchão e pouco depois estava noutra dimensão. Esqueci por momentos todas as aventuras dos últimos dias, o banho com os elefantes, os mergulhos nas cascatas, o passeio de barco, as cantorias no karaoke lao. Esqueci-me também do mundo que rodeia este meu mundo, dos terroristas e das tragédias, dos políticos e das boas novas, das notícias que vão-e-vêm, as boas e as más, as histórias e as pessoas e o tempo.

O universo respirou fundo, durante uma hora. Fechou os olhos e relaxou, por momentos. E eu viajei nesse profundo suspiro.

Entretanto começou a chover. Veio vento e trovoada, relâmpagos e granizo... e uma chuvada "daquelas". Já acalmou. E eu vou dormir, agora. Estou estafado, dói-me o corpo todo, há que recuperar energias porque o grupo foi-se embora mas as aventuras continuam.

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