28 MULHERES

Às bonitas e às menos fotogénicas, sejam altas ou baixas, gordas ou magras, sorridentes ou nem por isso. Às mães e às filhas, e às mães das mães, e às filhas das filhas. E às filhas da mãe, porque não. Às que trabalham arduamente para ganhar a vida, às que têm a sorte de ter a sorte do lado delas. Às que gostam de rir por quase-nada, às que se perdem de amores por crianças, às que nunca desistem de aprender algo novo, às que choram uma lágrima ao nascer-do-sol. Às apaixonadas, às curiosas, às ciumentas, às vaidosas, às aventureiras, às tímidas, às distraídas, às gulosas, às mães-galinhas, às dondocas, às empresárias de sucesso, às sonhadoras, às frescas. Às que gostam de cor-de-rosa e às que preferem o preto. Às que passam horas no ginásio, às que preferem ir tomar um cházinho com as amigas, às que "devoram" livros, às que vão buscar os filhos à escola, mais os filhos das que não podem ir. Às que não têm jeito para passar a ferro, às que gostam de chocolate, às que gostam de fazer puzzles e sudoku, às que não se cançam de dançar a noite inteira, às que não perdem um dia de praia, às refilonas, às stressadas, às que não perdem uma aula de yoga, às que gostam de cozinhar, às que nem um ovo sabem fritar. Às que pintam os cabelos brancos, às que pintam as unhas, às que pintam bonitas aguarelas, às que pintam paredes. E às "com pinta". Às que preferem museus a centro comerciais, e também às que preferem os centros comerciais aos museus. Às que adoram gatos, e às que adoram cães. Às super-mulheres, maria-rapazes, às com o nariz-empinado, às maria-vai-com-as-outras, às mete-nojo, às mulher-a-dias. Às porteiras do prédio. Às senhoras da praça. Às que arrebatam corações. Às beatas e às que têm o "diabo" no corpo. A todas as mulheres, seja qual for o feitio e manias, sonhos e medos, passado e presente e futuro.

A todas: um dia feliz, uma vida cheia de voltas e reviravoltas.

A todas dedico esta galeria de vinte e oito fotografias de mulheres birmanesas: