22/03/2015

CONVIDADO PARA UM CASAMENTO LAO

Na primeira manhã que passei em Luang Prabang com o grupo (tinha acabado de reservar o passeio de barco no Mekong e o banho com os elefantes), encontrei na rua principal da cidade um amigo que já não via há algum tempo, o Keum - que conheço do Elephant Camp onde normalmente levo os grupos. Ele já não trabalha lá, mas é daí que o conheço. Não interessa. Encontrei-o na rua, portanto, chamou-me e ficámos um pouco à conversa, sentados nos degraus que dão acesso à agência de viagens onde agora ganha a vida.

Depois das formalidades e dos updates, o Keum acabou por me convidar para o casamento da irmã, ou da prima, já não sei muito bem o grau de parentesco. E eu, claro, aceitei. O casório ia acontecer no dia a seguir ao grupo ir embora, por isso nem sequer interferia com o programa da viagem. E como andamos desencontrados há imenso tempo, combinações descombinadas e outras que nunca chegam sequer a desenvolver-se, porque estou ocupado com os grupos ou ele com a agência - desta vez foi perfeito, porque estávamos ambos disponíveis.

O casamento foi ontem.

A aldeia, cujo nome não posso pronunciar (porque já me esqueci), ficava a meia hora de Luang Prabang, por uma estrada em obras, meio-nova, meio-inacabada. Mas como eu fui sozinho e não conhecia o caminho, demorei quase o dobro. Tive de parar várias vezes para perguntar o caminho, cheguei a voltar atrás porque já estava perdido... enfim, eventualmente lá encontrei a festa. E que festa!

O Keum tinha-me dito que eram trezentos, os convidados - mas aposto que eram mais. As tendas montadas no jardim da escola da aldeia estavam cheias de mesas cheias, mais as outras espalhadas pelo recinto. Pelo menos quinhentas pessoas. E eu era o único farang*.

Sentei-me à mesa com o Keum, a mulher dele, alguns amigos e respectivas esposas. Serviram-me Beer Lao atrás de Beer Lao, sempre com gelo e brindes, mais galinha e arroz, porco estufado, salada de papaia, comida e mais comida, já nem sei bem o quê. A certa altura apareceram umas algas do Mekong fritas com sésamo, alho e tomate, estavam óptimas. E batata doce crua, que maravilha.

Mas ficam algumas fotos, para que tenham uma ideia do ambiente.

Da direita para a esquerda: o noivo, a noiva e a irmã da noiva.

O meu amigo Keum e a tia, que é a mãe da noiva. 

Uma mesa cheia! E por baixo... uma grade de Beer Lao :)

Apesar da comida e das águas serem oferecidas, a cerveja aqui tinha de ser comprada. Imaginem só, o que seria, se os noivos pagassem alcool para tanta gente. Assim, cada pessoa comprava a sua grade. Uma sala de aulas funcionava como bar improvisado e era ver gente a ir-e-vir constantemente, ora com grades vazias nas mãos, ora com outras cheias.






Fiquei na festa pouco mais de duas horas. Deu para dançar, para trocar histórias, para rir e fazer algumas fotos. Infelizmente tinha um voo para apanhar, o tal a meio da tarde que me trouxe aqui para Bangkok. E antes do voo precisava de entregar a mota. E antes de entregar a mota precisava de fechar as contas com o hotel.

Vim-me embora do casamento a sorrir mais do que o "normal" e fiz o caminho de volta na meia hora que era suposto fazê-lo. E a rir, sempre a sorrir... maldita (ou bendita) Beer Lao.

*farang é a palavra usada para estrangeiro aqui no Laos, na Tailândia e no Sudeste Asiático em geral.

2 comentários:

Rita Marques disse...

Brutal! Apaixonei-me por Laos o verão passado e quero desesperadamente voltar lá... Um casamento Lao deve ser uma experiência super rica. :)

Clara Amorim disse...

Mais uma rica experiência!!!
Isso é que é viajar, no verdadeiro sentido da palavra!!! :)