11/11/2013

JÁ PASSOU

O super tufão chegou a Hànôi tímido e tristonho, de cabeça baixa e culpa impressa nos gestos. Pudera... tendo em conta o rasto de destruição que deixou nas Filipinas.

Na capital vietnamita, a noite foi de chuva e muito vento. A manhã acordou cinzenta e triste, arranquei com o grupo para explorar uma cidade a "ressacar" a tempestade que-afinal-não-foi-bem-tempestade. Vestimo-nos a rigor com impermeáveis e corta-ventos, avançámos tímidos por baixo de uma chuvinha-molha-parvos... e por volta das dez da manhã, tal como me garantira a internet ;) a chuva parou.

Sentámo-nos a beber uma bia hoi, e à medida que a cerveja descia pelas gargantas, refrescando-as, também a cidade se iluminava. As nuvens afastaram-se e revelaram um céu azul, sorridente, que convidava a sair à rua. Portas e janelas abriram-se, quem ainda não tinha saído: saiu.

E Hànôi transformou-se naquela que é suposto ser.

Passeámos pelo Bairro Antigo e negociámos passadas com motas, vendedores, taxis e outros turistas. Descobrimos pormenores e pequenos nadas, aprendemos a ler a cidade, os seus símbolos e mensagens, as suas imperfeições, as suas manias - personalidade. Esta cidade tem personalidade.

É uma cidade incompleta, onde cabe cada um de nós, onde cabem as nossas percepções, as nossas acções, os sonhos. É uma cidade de recantos e surpresas, de insólitos e clichés. Um lugar para adaptar.

Se eu gosto de Hànôi? Isso não é novo.

E já tenho pena de ir embora. Amanhã prosseguimos viagem, a Indochina começa a descer pelo mapa fora, à procura de experiências e sensações. Felizmente "daqui a nada" já por cá ando outra vez.

Ah! E o tufão? Eu sei lá para onde foi. Ou se ainda o é.

O tufão é agora uma memória, uma história - infelizmente triste, para centenas de milhares, nem quero imaginar... :( por aqui passou tímido e arrependido.

2 comentários:

kyta disse...

Folgo em receber novas

Clara Amorim disse...

Foi, certamente, o grupo Nomad que afugentou o tufão!!! ;)