O super tufão chegou a Hànôi tímido e tristonho, de cabeça baixa e culpa impressa nos gestos. Pudera... tendo em conta o rasto de destruição que deixou nas Filipinas.
Na capital vietnamita, a noite foi de chuva e muito vento. A manhã acordou cinzenta e triste, arranquei com o grupo para explorar uma cidade a "ressacar" a tempestade que-afinal-não-foi-bem-tempestade. Vestimo-nos a rigor com impermeáveis e corta-ventos, avançámos tímidos por baixo de uma chuvinha-molha-parvos... e por volta das dez da manhã, tal como me garantira a internet ;) a chuva parou.
Sentámo-nos a beber uma bia hoi, e à medida que a cerveja descia pelas gargantas, refrescando-as, também a cidade se iluminava. As nuvens afastaram-se e revelaram um céu azul, sorridente, que convidava a sair à rua. Portas e janelas abriram-se, quem ainda não tinha saído: saiu.
E Hànôi transformou-se naquela que é suposto ser.
Passeámos pelo Bairro Antigo e negociámos passadas com motas, vendedores, taxis e outros turistas. Descobrimos pormenores e pequenos nadas, aprendemos a ler a cidade, os seus símbolos e mensagens, as suas imperfeições, as suas manias - personalidade. Esta cidade tem personalidade.
É uma cidade incompleta, onde cabe cada um de nós, onde cabem as nossas percepções, as nossas acções, os sonhos. É uma cidade de recantos e surpresas, de insólitos e clichés. Um lugar para adaptar.
Se eu gosto de Hànôi? Isso não é novo.
E já tenho pena de ir embora. Amanhã prosseguimos viagem, a Indochina começa a descer pelo mapa fora, à procura de experiências e sensações. Felizmente "daqui a nada" já por cá ando outra vez.
Ah! E o tufão? Eu sei lá para onde foi. Ou se ainda o é.
O tufão é agora uma memória, uma história - infelizmente triste, para centenas de milhares, nem quero imaginar... :( por aqui passou tímido e arrependido.
2 comentários:
Folgo em receber novas
Foi, certamente, o grupo Nomad que afugentou o tufão!!! ;)
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