Construído no século XVII, o Templo Yonghe começou por servir de residência oficial dos eunucos da corte. Funcionou depois como palácio do Príncipe Yong Yin Zhen - e quando este ascedeu ao trono, em 1722, parte do edifício foi convertido num lamasery, um mosteiro para monges do Budismo Tibetano.
Ao longo dos tempos, o templo conquistou reputação e estatuto. Foi poupado pela Revolução Cultural e transformado num Museu. E hoje é um dos lugares mais especiais de Pequim: conhecido por Lama Temple, faz parte de todos os roteiros turísticos e religiosos... está sempre cheio. E é, sem dúvida, um dos meus lugares preferidos na capital chinesa.
Como é habitual no folclore budista, o número cinco tem um simbolismo na arquitectura do espaço. E tal como tantos outros templos, também o Yonghe tem cinco pátios e cinco salões.
O primeiro é o Salão dos Reis Celestiais, que tem uma estátua de um Buda gordo a rir, e os dos Quatro Reis Celestiais. Depois vem o Salão da Harmonia e da Paz, com três estátuas de bronze que representam os Budas das Três Eras. Ou seja: o Buda do Presente, o Buda do Passado e o Buda do Futuro. O Salão da Protecção Eterna foi onde viveu o príncipe antes de se tornar imperador, e onde foi colocado o seu caixão, quando morreu. Tem uma estátua de um Buda "que cura". O quarto salão, que é onde se lêem as escrituras e se realizam as cerimónias religiosas, chama-se Salão da Roda da Lei.
E, por fim, o Pavilhão das Dez Mil Felicidades. A atracção principal do Lama Temple. Aqui se encontra a estátua de um Buda Maitreya, que foi esculpida numa peça única de madeira de sândalo. A estátua tem 26 metros de altura e foi inscrita no Livro de Recordes do Guinness, como a maior estátua de madeira de sândalo do mundo.
Contudo, o que mais me atrai neste lugar é a energia. Não sei se é do cheiro do incenso a arder; se é dos rituais dos crentes; da acumulação de energias e orações; da quantidade de estátuas e quadros com Budas, demónios e santos. O facto é que o Lama Temple tem uma energia mesmo muito forte.
Desta vez, tivemos a pontaria de visitar o Lama Temple no Dia dos Mortos. A lotação estava quase esgotada, havia filas para comprar incenso, filas para queimá-lo, para rezar. Que frenesim. Adorámos. :)
2 comentários:
Um verdadeiro espanto!
Influenciado ou não pela simbologia do número cinco, também conseguiste escrever aqui uma crónica CINCO estrelas!!!
É tão bom ler estas passagens das viagens. Recorda-se algumas que se viveram, deseja-se saber mais sobre outras que se ignoram. Obrigada.
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