Voltando ao relato desta aventura no Transiberiano: a amiga Natasha acompanhou-nos, como tem sido apanágio ao longo desta viagem, no passeio ao Lago Baikal.
O comboio vindo de Novosibirsk chegou de manhã cedo a Irkutsk, no coração da Sibéria. À nossa espera estava uma carrinha de 13 lugares, que por dentro mais parece um carro funerário, tantos os almofadados e cortinas e berloques. Mas por fora não podia ser mais tuning, com decalques de mulheres nuas e palavras tão enigmáticas como foleiras, tipo... FACE CONTROL. A sério. Numa das janelas está isto escrito. E tenho quase a certeza que nem o próprio driver sabe o que aquilo quer dizer. Simplesmente não faz sentido.
De qualquer forma. Continuando.
De Irkutsk a Listvyanka é mais ou menos uma hora de caminho, dependendo da liberdade que se dáo ao condutor. Ou das rédeas impostas.
E foi nesta vila de nome esquisito que passámos este bonito domingo de Agosto. Nós e mais metade da Sibéria. Mas foi giro. Muito giro. Sentados em cadeiras e mesas de plástico a comer o churrasco que é feito na "praia", bebendo cervejas e apostando em quem vai ser o corajoso a ir à água.
Desta vez foi só um. Isto tem vindo a piorar. No primeiro grupo, em 2012, foram três as corajosas. Todas mulheres. Há um mês atrás: dois homens. E agora um.
Eu não fui, mais uma vez. Fica para a próxima... ;)
Quem também não foi... foi a Natasha. Mas muito se divertiu ela nestes dias. Só rir. Ora vejam algumas fotos:
Bebeu tantas cervejas, a Natasha, que ainda nem o almoço tinha acabado, e já andava a equilibrar caricas em cima da cabeça. Pouco depois ameaçou um striptease, mas conseguimos convencê-la de que estava muito vento para isso.
Natasha a contemplar o Lago. Não sei se foi por causa do álcool ou só porque é uma sentimentalona... mas deu-lhe para os desabafos e foi por muito pouco que não chorou.
No regresso a Irkutsk, encontrámos mais uma ponte com cadeados de amor. A Natasha, que até já estava mais animada outra vez, entrou numa espiral de melancolia, lembrando os tempos em que namorou um anão polaco que era duplo de cinema. Contou-nos que tinham dado várias voltas ao mundo juntos e que tinham cadeados espalhados por dezenas de países... mas a Natasha tem tendência a exagerar um pouco. Pode não ter sido bem assim.
Natasha e a família num restaurante chique de Irkutsk. A conta foi um pouco para o cara, mas dias não são dias.
Natasha a pousar junto a uma imagem antiga (e um bocadinho pró kitsch, não?), no tal restaurante chique. Teimou que era uma antepassada sua, que a sua tetra-avó fugiu para a Sibéria com as mulheres dos Decembristas, que isto-e-aquilo... não sei não.
1 comentário:
Fantástico, Jorge!
Que sorte teres encontrado a Natasha...! E será que ela já sabe que vai ficar para a História? ;)
Grande beijinho para ti e outro para a Natasha, claro!
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