21/07/2015

NO MEU TEMPO...

Já viajo na Índia há mais de uma década - e obviamente muitas coisas mudaram, desde a primeira volta até à mais recente aventura de vespa.

Estava aqui às voltas com fotografias antigas da Índia, quando de repente encontrei algo que despertou uma nostalgia enorme:

Quem já foi à Índia, sabe o que significam estas iniciais.

Até há muito pouco tempo, eram um elemento recorrente da paisagem. Dos Himalaias até Kanyakumari, na ponta sul do subcontinente, onde se encontram a Baía de Bengala, o Mar Arábico e o Oceano Índico; das margens do Ganges aos desertos do Rajastão, das backwaters do Kerala às plantações de chá em Darjeeling... em grandes metrópoles e pacatas aldeias.

Antes de toda a gente ter um telemóvel, era assim que as pessoas comunicavam. PCO para ligações locais, STD para chamadas nacionais, ISD para as internacionais. Quase todas as mercearias, papelarias, cybercafés e restaurantes tinham uma espécie de cabine, normalmente muito quente, com uma ventoinha a um canto e um telefone numa prateleira. Assim se faziam as chamadas, que depois eram cobradas de acordo com uma espécie de taxímetro instalado algures no estabelecimento.

Nesta minha mais recente passagem pela Índia, comprei um cartão SIM, como é costume. É mais prático. Mas logo nos primeiros dias em Hyderabad, precisava de telefonar a um amigo e perguntei no hotel onde havia um STD. Não sabiam. Saí para procurar, dei voltas ao quarteirão e explorei ruelas e becos... sem sucesso. Uma hora às voltas e nada.

É difícil encontrar um STD ISD na Índia, hoje em dia.

Às vezes lá se vêm as letras pintadas numa parede, mas quase sempre são só uma lembrança do que já houve. De como foi. Um eco de um passado recente. Agora toda a gente tem telefone, as cabines são coisa de museu.

2 comentários:

Clara Amorim disse...

A tradição já não é o que era...! Mesmo na Índia... ;)

Vera disse...

E já procuraste uma cabine telefónica por cá, na noosa terrinha?
É que é o mesmo. Quando há cabine, não tem telefone. :(