Não são dados a muita conversa, os pescadores.
Primeiro, porque não falam inglês. Muitos nem hindi compreendem, quanto mais inglês. Sabem apenas a língua local, o oriya*.
Depois, porque são pescadores. Gostam de estar sossegados a olhar para o mar, concentrados nos rituais e nos ritmos muito próprios de quem está a pescar. Querem lá saber de um turista parvo a sorrir e a tentar fazer conversa - e a tirar fotos.
Olham para mim espantados, sem compreender o que poderá haver de interessante para fotografar naquelas suas vidas de todos os dias. É normal.
Frustradas as minhas esperanças de conhecer um bocadinho mais acerca destes personagens, concentrei-me nas fotos. Não tinha muito tempo, além de que a lente da máquina está nojenta, cheia de pó por dentro e por fora, nem sei bem o que fazer com isto. Mas contrariedades à parte, o que interessava naquele momento era registar a poesia que, por exemplo, tem um movimento tão simples como um lançar de uma rede.
* língua local, na Índia, implica que é falada por mais de trinta milhões de pessoas. Só.
1 comentário:
Parabéns, Jorge!
Estas fotografias com os pescadores e as redes estão fabulosas!!!
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