Quando cheguei a Istambul, no sábado passado, a minha amiga Bahar desafiou-me para ir almoçar com a mãe e uma tia. Já a salivar, imaginando uma refeição tradicional em algum restaurante emblemático para os locais, aceitei sem qualquer reserva. Até porque conheço a mãe da minha amiga, não fala uma palavra de inglês além de "OK" mas é sempre muito querida: a sorrir e a tentar pôr-me à vontade, falando comigo em turco para depois a Bahar traduzir.
Ou seja: cheguei a casa de manhã, tomei um banho e dormi três ou quatro horas - e depois saímos para a rua, para um almoço de sábado com a família.
Enquanto descíamos as escadas íngremes deste quarto andar onde "vivo", sempre que estou em Istambul, a Bahar achou por bem chamar-me a atenção para um pormenor acerca do almoço:
"Olha que não vamos comer comida turca. A minha mãe quer comer hamburguers."
Dito e feito: meia hora depois estávamos os quatro sentados numa hamburgueria toda cool (parece que também está na moda, aqui) e o empregado a servir quatro hamburguers no pão, mais as batatas fritas. E eu, mais que entusiasmado pela comida (e eu gosto muito de hamburguers, note-se), estava fascinado com as reacções das duas septuagenárias turcas. Atacaram o hamburguer como se não comessem há alguns dias; e as batatas fritas foram acompanhadas de quilos de ketchup.
"Para elas, isto é que é exótico", dizia-me a minha amiga a sorrir, enquanto a mãe bebia Coca-Cola por uma palhinha, "e a minha tia está em choque por pagarmos tanto por uns hamburguers, quando podíamos ter ido ao McDonalds".
1 comentário:
Saudades da Turquia. De beijinhos a Bahar. Para si tambem muitos. Temos de combinar um jantarinho com a mae, a Ana e a Barbara.
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