12/04/2014

CHEGUEI

Koh Lipe. Desembarcámos em Pattaya Beach e não tínhamos reservas feitas online nem intenções de ir para uma praia específica, não tínhamos dicas de amigos nem referências por-aí-além. Mas pelo movimento na praia percebemos logo que não queríamos ficar ali. Pedimos um mapa, deram-nos um mapa. E com este já desdobrado, estudámos muito rapidamente as opções.

"Vamos até ao fim da praia, metemo-nos por aquele caminho e atravessamos para esta parte..."

E assim fizemos. De mochila e suor às costas, fomos até ao fim da praia e metemo-nos por aquele caminho, atravessámos para aquela parte... e chegámos a uma pequena praia.

"Full", responderam-nos nos primeiros lugares onde procurámos bungalows.

"Thai people", diziam-nos com cara de quem explica o porquê do buraco do ozono.

Enfim: persistência à parte, o facto é que tínhamos de encontrar um sítio para ficar. Depressa. Seguimos pela estrada à procura de mais uma praia, e outra, e mais outra. O sol já se tinha posto e começava a escurecer. Não podíamos ficar na rua a olhar para as palmeiras e a ser picados por mosquitos.

Eis então que a certa altura deparámos com umas escadinhas que iam dar a uma praia. Eu fiquei com as mochilas no topo (estávamos fartos de tanto subir e descer carregados) e o Miguel desceu até à areia. Voltou pouco depois, com um sorriso na cara:

"Já temos poiso!"

Naquela noite adormecemos ao som das ondas a fazer amor com a areia, de bichos esquisitos a guinchar nas árvores, dos nossos vizinhos tailandeses à conversa até altas horas, no bungalow ao lado.

De manhã: abri a porta do bungalow e inspirei com um sorriso o cheiro quente a férias. Vesti os calções e desci em passos largos até à praia - mergulhei no mar cristalino. Bom dia, alegria. O sabor do sal nos lábios, na língua, no céu da boca. O céu azul polvilhado de gordas nuvens de algodão-doce. Os pés enterrados na areia, as mãos a voar na água quente. Deitei-me a boiar e a sorrir, que delicioso Agora, pouco depois voltei para a praia e sentei-me numa espreguiçadeira a dar festas a uma cadela muito simpática, de tetas cheias, perseguida por quatro cachorrinhos histéricos. A água a pingar do cabelo, os olhos a arder ligeiramente.


Cheguei.

Na noite anterior, a senhora da recepção perguntou-nos quantas noites íamos ficar. Respondemos-lhe que "por enquanto uma", mas que na manhã seguinte dizíamos ao certo quantas. Provavelmente três.

Ficámos uma semana. E só fomos embora porque tinha mesmo de ser.

1 comentário:

Clara Amorim disse...

Uaaaaaaaaauuuuu!!!!
Beautiful paradise...!