04/08/2015

MONUMENTOS DE HAMPI

Reconhecido pela UNESCO desde 1986, o grupo de monumentos de Hampi é composto pelas fascinantes ruínas de Vijayanagar, a antiga capital de um dos maiores impérios da História da Índia, e que teve o seu auge nos séculos XV e XVI.

Vijayanagar chegou a ser a segunda maior cidade do mundo (só ultrapassada por Pequim), com mais de meio milhão de habitantes espalhados por uma área de 650 quilómetros quadrados.

Conta a lenda que estavam os príncipes Harihara e Bukka numa expedição de caça, quando viram uma lebre a virar-se contra um dos cães. Atónitos, relataram o sucedido ao mestre Vidyaranya, que interpretou-o como um bom presságio, e aconselhou-os a construirem aí a capital do seu Império.

A cidade foi fundada em 1336 nas margens do rio Tungabhadra - e depois de dois séculos de uma imensa prosperidade, acabou saqueada por uma confederação de sultanatos em 1565. Nunca conseguiu recuperar desse golpe - e se não fosse o turismo, hoje estaria praticamente esquecida.



A paisagem é surreal, em Hampi. Gigantecas rochas de granito impõem-se no horizonte, num equilíbrio quase-eterno, competindo com ruínas de templos e palácios, fortes, mesquitas, aquedutos e outras construções. E por todo o lado a pedra contrasta com o verde dos arrozais em volta e das palmeiras e bananeiras. As margens do rio pintam-se de um colorido de roupa a secar. Há turistas de câmara apontada a tudo o que mexe. O cheiro doce do fumo exalado por um hippie.


Hampi continua a ser, nos dias que correm, um lugar importante no mapa dos peregrinos hindus. O templo de Virupaksha, construído em 1442 e com cinquenta metros de altura, impõe-se na paisagem em redor e é para onde rumam os devotos. Dedicado a Virupaksha, uma reincarnação de Shiva, tem um elefante "residente" chamado Lakshmi, que abençoa peregrinos e turistas a troco de uma moeda, e que toma banho todas as manhãs, no rio, para deleite dos presentes.




Mas o ex-libris de Hampi são as ruínas do templo de Vittala - que, apesar de nunca ter sido terminado ou consagrado, é considerado um dos pontos altos da arte de Vijayanagar. A espectacular carruagem de pedra no terraço é a obra de arte que todos querem ver - representa o veículo de Vishnu e tem dentro uma estátua de Garuda. Conta-se que as rodas giravam, antigamente. E depois há a sala que era iluminada através dos reflexos da água; e finalmente os famosos pilaretes "musicais", que são de pedra como o resto do templo, mas que ao toque produzem 81 sons diferentes. Hoje já não é possível tocar nos pilaretes, por receio de se danificarem, mas na primeira vez que cá vim, em 2004, ainda era possível verificar esta curiosidade.

É possível ainda visitar os Estábulos dos Elefantes, o Lotus Mahal, os Banhos da Rainha, um templo subterrâneo e dezenas de outras curiosidades e lugares mágicos.



















Hampi é o segundo lugar apresentado nesta viagem pelo Património Mundial da Índia.

Ao final da manhã partilho mais um.

1 comentário:

Clara Amorim disse...

Que bonito...!