15/01/2015

QUINZE

Hoje é o dia quinze do ano Quinze.

Mais do que adequado para fazer um primeiro balanço do ano que ainda há pouco terminou. Assim sendo: hoje enterra-se o ano velho, aqui no blog. E começo com alguns dos números que marcaram o ano Catorze:

SEIS

Estreei-me finalmente no maravilhoso mundo do Mergulho. Há anos que tinha alguma curiosidade - e, confesso, bastante receio. Por muitas oportunidade que tivesse já tudo, nunca me tinha atrevido a mergulhar, e optava sempre pelo snorkeling. Até que em Koh Lipe, uma ilha no sul da Tailândia onde estive em Abril, um instrutor sul-africano convenceu-me a experimentar. Curiosamente, um dos argumentos que mais fez sentido foi este: "Se passas tanto tempo na Ásia tens o privilégio de poder, com alguma facilidade, fazer vários mergulhos por ano. É só uma questão de mindset". E a verdade é que, depois dos três primeiros mergulhos em Koh Lipe, voltei a mergulhar em Dahab (Egipto) e em Bali (Indonésia). ou seja: apesar de ainda nem sequer ter o curso de open water do PADI, já mergulhei ao todo seis vezes.

SETE

Golos sofridos pelo Brasil nas meias-finais do Campeonato do Mundo, frente à Alemanha. Uma humilhação nunca antes vista na história dos Mundiais. E logo os anfitriões! Não que Portugal se tenha portado muito melhor: levámos quatro destes senhores, os mesmos que se levantaram a taça no fim da Copa.

DEZ

Este blog completou uma década. Quem diria, hem?

CATORZE

Infelizmente só houve uma país-estreia este ano (Egipto), mas isso não quer dizer que não me tenha fartado de dar voltas. Catorze países em doze meses... é obra. Menos que no ano Treze (vinte e um países, graças à volta de noventa e nove dias na América do Sul)... mas não deixa de ser muita volta. Entre grupos da Nomad e escapadelas on my own, foi um ano Bom.



DEZASSETE

Idade da pessoa mais nova a receber um Prémio Nobel da Paz. A paquistanesa Malala Yousafzai foi, sem dúvida, uma das personalidades do ano. A sua determinação, coragem e serenidade são uma fonte de inspiração para muitas raparigas - e não só.

TRINTA E CINCO

E uma vontade de ir... correr o mundo e partir... os Xutos & Pontapés andam às voltas a dar concertos há quase tanto tempo quanto eu, enquanto pessoa. Isto sim, é obra. Goste-se ou não, são incontornáveis na História da música portuguesa. Por isso braços no ar, cruzados como já se sabe, e rock on!

TRINTA E OITO

E por falar do tempo em que por aqui ando, enquanto pessoa. Quase-quase quarentão, hem?

QUARENTA

Quarentão é o Dia da Liberdade, que com algumas polémicas lá foi comemorado. Estará a nossa democracia a passar por uma crise de meia-idade?

QUARENTA E QUATRO

Quais irmãos Dalton qual quê! O prisioneiro mais famoso de Portugal tem o quarenta e quatro na lapela e fez as delícias dos noticiários e muita gente, na recta final do ano. Houve quem se indignasse, quem fingisse nem reparar, houve quem falasse em "karma" e quem prefirisse palavras como "cabala" ou "vingança". Neste novo ano, vamos lá ver o que surpresas nos esperam nesta nova novela.

QUARENTA E SEIS

"Apertem os vossos cintos, desliguem todos os aparelhos electrónicos e endireitem os bancos". Para ser sincero, perdi a conta à quantidade de vezes que ouvi este aviso. Valha-me o Moleskine, que tem tudo registado e facilita-me a vida na hora de contabilizar os voos que fiz este ano.








CINQUENTA E CINCO

A Escócia independente foi a referendo e ganhou o "não".

SESSENTA E UM

Podia fazer um post - podia fazer um site! - só com estatísticas do CR7. E não seria o primeiro a lembrar-me disso. Não faltam exemplos por essa internet fora. Ronaldo é outra das personagens do ano Catorze. Ganhou a Bola de Ouro e mais uma quantidade de prémios, sinceramente não sei quantos nem fui pesquisar sobre o assunto. Bateu dezenas de recordes, inaugurou uma estátua no Funchal, marcou um total de sessenta e um golos num ano em que esteve lesionado... mas, acima de tudo, deliciou milhões por esse mundo fora com o seu futebol. Um exemplo, este senhor.

SESSENTA E SEIS

Votou-se para as Europeias, este ano. Votou-se? Ou nem por isso. A abstenção foi devastadora, em Portugal. Como dizia alguns parágrafos acima, algo vai mal nesta nossa democracia. Estará deprimida?

NOVENTA E UM

Portugal foi, dos catorze, o país onde mais tempo passei no ano que agora terminou. Foram três meses, ao todo, às voltas pelo Rectângulo. Sim: às voltas. Porque nem por Cá eu consigo ficar parado muito tempo. Dos dias passados no HQ da Nomad, no Porto; à roadtrip pela costa alentejana até ao Algarve; passando por um fim-de-semana de festas populares na Serra da Estrela, uma fuga com amigos ao Alentejo, festivais de música, passeios... que saudades, agora que me lembro.

CEM

Comemorou-se no ano Catorze o centenário da Teoria da Relatividade, do Einstein. E o início da Primeira Guerra Mundial. E a construção do Canal do Panamá. E o cinema turco. E muitas outras coisas, concerteza.

CENTO E SEIS

Já o Manoel de Oliveira comemorou cento e seis. E gastou um dinheirão nas velas do bolo.

CENTO E SESSENTA E DOIS

O ano acabou com uma notícia triste, quando desapareceu dos radares o avião da AirAsia que voava de Surabaya para Singapura, com cento e sessenta e duas pessoas a bordo. Mais uma tragédia, num ano especialmente mau. Primeiro foi aquele que desapareceu sem deixar rasto entre Kuala Lumpur e Pequim; depois o que foi abatido sobre a Ucrânia. Fora outros menos badalados, mas que só contribuem para uma estatística triste.

DUZENTOS E SETENTA E SEIS

O rapto de quase trezentas raparigas de uma escola nigeriana pôs o Boko Haram nas capas de jornais de todo o mundo. Até então desconhecido do "grande público", este grupo terrorista conseguiu a vil proeza de se tornar uma referência incontornável do ano Catorze: da campanha #bringbackourgirls à sangrenta contabilidade do horror espalhado nesta zona de África, espanta-me o facto da comunidade internacional ainda não ter feito nada.

TREZENTOS

Dei uma palestra no Museu da Fundação Oriente, em Lisboa. Falei sobre o maravilhoso Angkor Wat, o Império Khmer e a mitologia hindu... para três centenas de pessoas - a sentir-se orgulhoso.

TREZENTOS E TRINTA E SEIS

O maior surto de legionela alguma vez registado em Portugal (e um dos maiores do mundo) tirou a vida a dez pessoas, num total de trezentos e trinta e seis infectados.

QUATRO MIL, OITOCENTOS E SETENTA E SETE

Mas bem pior que a legionela, em Portugal: foi o ébola, em África. Quase dez mil infectados em meia dúzia de países, quase cinco mil vidas perdidas. E a sensação de potencial pânico. Isto tudo só no ano Catorze. E infelizmente: ainda não acabou.

TRÊS MILHÕES

Foi o que pagou o Dono Disto Tudo, para não ver o sol aos Quadradinhos. Sim: euros. E sim: é imoral.

TRÊS MILHÕES, TREZENTOS E SESSENTA E SEIS MIL, NOVECENTOS E CINQUENTA E CINCO

A selfie tirada por uma data de famosos nos Óscares foi a mais retweetada de sempre.

QUINHENTOS MILHÕES

Daqui ao cometa 67P, onde aterrou a sonda Philae, vai uma distância grande.

QUINHENTOS E QUARENTA E SETE MILHÕES, QUINHENTOS E NOVENTA MIL, QUINHENTOS E TRINTA E QUATRO

O número de views que tem o clip do maior sucesso musical do ano Catorze, no youtube. A música chama-se Happy e é um hino ao optimismo. Clap along if you feel like happiness is the truth.

2 comentários:

Clara Amorim disse...

Jorge,

Este post está absolutely fabulous!!!
Vai ficar para a História...!
Inúmeros abraços! :)

Marina disse...

De pensar que para mim, 9 voos é muita coisa... Fraquinha...