18/12/2014

VOLTAS E REVIRAVOLTAS

Eu às voltas pela Indochina e o mundo às reviravoltas com notícias de última hora e capas de jornais. Enquanto o chefe da quadrilha continua a tomar duches frios no Alentejo, as coisas andaram quentes por Cabo Verde. A Natureza em fúria não dá hipótese ao Homem, como se viu nas imagens emocionantes da lava a engolir aldeias e histórias na Ilha do Fogo. Mas o homem em fúria tambem não é coisa de se querer ver: basta lembrar o alucinado que se barricou há dias no café em Sydney. Parece impossível.

Impossível, mas felizmente por outros motivos, é também o Cristiano Ronaldo, que só nestas três semanas já marcou mais-sabe-se-lá-quantos golos, bateu mais-sabe-se-lá-quantos recordes, fez mais-sabe-se-lá-quantas capas de revistas. Só não revalida o título de Melhor Jogador do Mundo se alguém fizer batota.

Sem batota lá vai o Benfica, que apesar de já não cantar mais esta época nos palcos europeus, continua a dar baile no campeonato nacional. E por falar em danças e canções: o Papa fez anos e dançou-se o tango na Praça de São Pedro. Ah: e os cantares alentejanos ganharam estatuto de Património Imaterial da Humanidade. Nome pomposo, este - quase tanto quanto os prémios arrecadados por Sintra e outros nos "Óscares do Turismo". E já que estou lançado com prémios, venha de lá o Nobel da Paz, finalmente entregue a Malala, a mais jovem (e provavelmente a mais inspiradora) de todos os vencedores.

De pazes e guerras se pintou este mês, como o outro antes deste, e o outro antes, e todos os que os antecederam, desde o príncipio dos tempos. Por um lado, americanos e cubanos apertaram as mãos ao fim de meio século. Por outro, continua tudo na mesma na Síria e no Iraque, na Nigéria e no Paquistão. Na Palestina. Que triste. E o Putin a encher o peito, o Erdogan a encher o peito, o até o Salgado a encher o peito. Que mania esta dos peitos inchados, seja na política como no desporto como no dia-a-dia. Desincha! Desincha que só faz bem.

O que faz bem é voltar a casa, e eu já estuo em contagem decrescente para mais um Natal em família. Mas se as saudades são muitas e a vontade de voltar ainda mais, já no que toca a notícias... sinceramente, nem me dou ao trabalho de aprofundar alguns dos temas no que toca ao nosso Rectângulo. Quando nas letras gordas só leio siglas, passo à frente porque já perdi o fio à meada. Retomar certos pormenores é masoquismo. E é as greves, manifs, diz-que-disse, diz-que-faço, aponta o dedo, disfarça, não é nada, não é nada. Que triste. Que triste.

Mudemos de assunto, portanto.

Das cinzentas reviravoltas do mundo, às coloridas voltas pelo meu mundo.

Do laranja dos monges ao verde dos campos de arroz, o meu mundo pintou-se das cores da Indochina, nestas últimas três semanas. Um imenso arco-íris de emoções e experiências que, curiosamente, optei por não mostrar nas próximas fotos. São todas (ou quase todas) a preto e branco.

Três dezenas de momentos vividos em grupo, eu e mais dez, em quase três intensas semanas a viajar pelo Vietname, Cambodja, Tailândia e Laos. Mas venham de lá as fotos, que de conversa já está este post cheio:





























Conheça em pormenor o emocionante programa desta viagem em http://www.nomad.pt/indochina-com-jorge-vassallo

1 comentário:

Clara Amorim disse...

Lindo, lindo, lindo!!!
Beijinhos e bom regresso à pátria! ;)