Antes de passar a outros números e estatísticas, permitam-me uma rápida comemoração deste que é o milésimo post do FUI DAR UMA VOLTA.
Woohooooo!!!
Obrigado.
Exactamente, não me enganei: este é o post número 1000!
Que número tão redondo, tão digno de ser festejado: quem diria que esta brincadeira - que começou há nove anos e meio - havia de se transformar num projecto pessoal que tento levar cada vez mais a sério. E porque sou amigo de curiosidades e coincidências: sabiam que o blog arrancou com a minha viagem de seis meses à Índia... e este milésimo post acontece no dia em que estou a sair, mais uma vez, deste maravilhoso país em forma de diamante?
Mil posts! Crónicas e fotos, breves comentários, curiosidades, insólitos, notícias e números. Quantas aventuras e peripécias, quantos encontros e desencontros, surpresas e stresses, quantos países novos, culturas e tradições, paisagens de cortar a respiração, experiências inesquecíveis, quantos pequenos nadas. Este blog é feito de muito mais que apenas viagens. É feito do próprio prazer de viajar, da comichão de descobrir, de ser surpreendido. É feito de olhos abertos, braços, coração, mente. É feito de mundos e universos.
Podia embarcar aqui numa longa dissertação sobre o blog, quem sabe partilhar algumas estatísticas e curiosidades da vida longa que já leva - mas não vou fazer isso. Deixo esse exercício (ou a probabilidade da sua execução) para outras conjunturas. Quem sabe na comemoração dos dez anos.
Hoje completo um mês na Índia - e é esta aventura que vou celebrar neste post.
É a minha sétima... ou oitava... ou será a nona visita à Índia? Não faço ideia. Já perdi a conta, já misturo esta passagem com outras, já não sei se aquela vale por uma ou por duas. Esta casa enorme que é a Índia, tenho-a construído aos poucos, janelas e portas e paredes, já não sei qual pertence a onde. Isto não é uma casa, é um castelo. Não: é um labirinto. Não interessa. O número de vezes que viajei neste país é, como o próprio lugar, como a própria experiência, muito relativo. Num país onde "ontem" e "amanhã" dizem-se com a mesma palavra: há, de certeza, outros números bem mais interessantes para discutir. Enfim: o importante agora é que se completa um mês desde que cheguei a Calcutá. Estou am Bangalore e daqui a umas horas vou para o aeroporto. Vou-me embora.
Foi um mês que ultrapassou as expectativas. Tinha três objectivos:
1. descansar, recuperar energias e escrever;
2. reencontrar os amigos do costume;
3. viajar por minha conta, "à antiga", à descoberta de mais algumas Índias que desconhecesse.
Descansei, recuperei energias e escrevi. As duas semanas passadas no Kerala foram absolutamente regeneradoras, e se já antes gostava deste estado do sul do país, agora estou apaixonado, quero voltar sempre que puder. A comida é excelente, as pessoas afáveis, há mais sorrisos per capita do que na maior parte do subcontinente. Gosto disto.
Nesta viagem passei por cinco estados: West Bengal, Bihar (uma estreia), Maharashtra, Kerala e Tamil Nadu. Regressei a cidades e sorrisos que têm um cantinho especial no meu coração - e visitei pela primeira vez uma série de novos lugares: Bishnupur e Goghat; Bodhgaya e Patna; Cherai Beach e Thiruvankulam; Thiruvalla e Kodaikanal. Reencontrei parte do gang de Bombaim (Abbey, Louisa, Rajeev, Seema, Poonam), alguns dos amigos de Trivandrum (Tom, Arun, Yaseen e Aarish), metade do grupo de Bangalore (Bunty, Naveen, Mano, Guru, Reena). E, como já se estava mesmo à espera, fiz novos amigos por onde fui passando.
Quanto a números:
Três voos internos, três comboios, quinze autocarros e sei lá quantos riquexós, motas e carros.
Das 32 noites que fazem esta viagem: dezassete foram passadas em hotéis ou gueshouses, em dez dormi em casas de amigos, duas na praia, uma num autocarro, outra num comboio e mais uma num barco - nas backwaters do Kerala.
Mas a viagem é muito mais que números. Não esquecerei a energia do templo budista de Mahabodhi, em Bodhgaya; nem a viagem de mota, a três, no West Bengal - e os dias que se seguiram na aldeia do Kosik; nem os dias de descanso em Cherai Beach, com a minha amiga Marta, em que fizemos pouco mais do que passear na praia, comer marisco e peixe, fazer massagens ayurveda e conversar horas a fio na varanda e na rede do nosso bungalow em cima da água; nem dos casamentos (dois!) para os quais fui convidado, e que acabaram em festa - um nas backwaters, outro na areia da praia; nem da aldeia do Don, um taxista/político/estudante-de-engenharia-mecânica muito engraçado; nem da ida repentina à farmhouse do Abbey; nem da viagem-relâmpago ao Tamil Nadu com o meu amigo Yaseen; nem do nascer-do-sol mais espectacular de sempre... esse ainda estou para mostrar ;)
Enfim: experiências, como os chapéus, há muitas.
E é preciso agarrar a vida e as oportunidades, há que saber dizer SIM e devolver o abraço. Este mês foi um constante "reminder" disso mesmo. E porque o post já vai longo e tenho de me despachar para embarcar no avião, por hoje fico-me por aqui. E fico muito bem. ;)
Amanhã acordo na Malásia - e daqui a quase-nada estou de volta a Hanói, para receber mais um grupo da Nomad que me vai acompanhar na volta da Indochina.
6 comentários:
ES-PE-TA-CU-LAAAAAAARRR
Jorge, parabéns!
Parabéns, Jorge!
E obrigada por teres partilhado connosco tantas experiências e vivências e sensações e sentido de humor e tantas coisas mais..!
Este é, sem dúvida, o melhor blogue de viagens que conheço!
Daqui a 1000 (quiçá já no próximo) posts cá nos encontraremos de novo! :-)
Parabéns :-)!
Obrigada!
Continua, se fazes favor ... à antiga. :)
Diverte-te que, assim, nós também.
Muitos parabéns por mais esta "milestone" do Fui dar uma volta, que infelizmente não acompanhamos desde os primeiros dias, mas dos quais já somos leitores assíduos desde a altura da tua viagem mítica até Dakar com o Carlos. Que venham muitos mais posts e acima de tudo que continuem as aventuras, encontros e desencontros, por esse mundo fora.
Abraços
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