16/02/2014

1000!

Antes de passar a outros números e estatísticas, permitam-me uma rápida comemoração deste que é o milésimo post do FUI DAR UMA VOLTA.

Woohooooo!!!

Obrigado.

Exactamente, não me enganei: este é o post número 1000!

Que número tão redondo, tão digno de ser festejado: quem diria que esta brincadeira - que começou há nove anos e meio - havia de se transformar num projecto pessoal que tento levar cada vez mais a sério. E porque sou amigo de curiosidades e coincidências: sabiam que o blog arrancou com a minha viagem de seis meses à Índia... e este milésimo post acontece no dia em que estou a sair, mais uma vez, deste maravilhoso país em forma de diamante?

Mil posts! Crónicas e fotos, breves comentários, curiosidades, insólitos, notícias e números. Quantas aventuras e peripécias, quantos encontros e desencontros, surpresas e stresses, quantos países novos, culturas e tradições, paisagens de cortar a respiração, experiências inesquecíveis, quantos pequenos nadas. Este blog é feito de muito mais que apenas viagens. É feito do próprio prazer de viajar, da comichão de descobrir, de ser surpreendido. É feito de olhos abertos, braços, coração, mente. É feito de mundos e universos.

Podia embarcar aqui numa longa dissertação sobre o blog, quem sabe partilhar algumas estatísticas e curiosidades da vida longa que já leva - mas não vou fazer isso. Deixo esse exercício (ou a probabilidade da sua execução) para outras conjunturas. Quem sabe na comemoração dos dez anos.

Hoje completo um mês na Índia - e é esta aventura que vou celebrar neste post.

É a minha sétima... ou oitava... ou será a nona visita à Índia? Não faço ideia. Já perdi a conta, já misturo esta passagem com outras, já não sei se aquela vale por uma ou por duas. Esta casa enorme que é a Índia, tenho-a construído aos poucos, janelas e portas e paredes, já não sei qual pertence a onde. Isto não é uma casa, é um castelo. Não: é um labirinto. Não interessa. O número de vezes que viajei neste país é, como o próprio lugar, como a própria experiência, muito relativo. Num país onde "ontem" e "amanhã" dizem-se com a mesma palavra: há, de certeza, outros números bem mais interessantes para discutir. Enfim: o importante agora é que se completa um mês desde que cheguei a Calcutá. Estou am Bangalore e daqui a umas horas vou para o aeroporto. Vou-me embora.

Foi um mês que ultrapassou as expectativas. Tinha três objectivos:

1. descansar, recuperar energias e escrever;

2. reencontrar os amigos do costume;

3. viajar por minha conta, "à antiga", à descoberta de mais algumas Índias que desconhecesse.

Descansei, recuperei energias e escrevi. As duas semanas passadas no Kerala foram absolutamente regeneradoras, e se já antes gostava deste estado do sul do país, agora estou apaixonado, quero voltar sempre que puder. A comida é excelente, as pessoas afáveis, há mais sorrisos per capita do que na maior parte do subcontinente. Gosto disto.

Nesta viagem passei por cinco estados: West Bengal, Bihar (uma estreia), Maharashtra, Kerala e Tamil Nadu. Regressei a cidades e sorrisos que têm um cantinho especial no meu coração - e visitei pela primeira vez uma série de novos lugares: Bishnupur e Goghat; Bodhgaya e Patna; Cherai Beach e Thiruvankulam; Thiruvalla e Kodaikanal. Reencontrei parte do gang de Bombaim (Abbey, Louisa, Rajeev, Seema, Poonam), alguns dos amigos de Trivandrum (Tom, Arun, Yaseen e Aarish), metade do grupo de Bangalore (Bunty, Naveen, Mano, Guru,  Reena). E, como já se estava mesmo à espera, fiz novos amigos por onde fui passando.

Quanto a números:

Três voos internos, três comboios, quinze autocarros e sei lá quantos riquexós, motas e carros.

Das 32 noites que fazem esta viagem: dezassete foram passadas em hotéis ou gueshouses, em dez dormi em casas de amigos, duas na praia, uma num autocarro, outra num comboio e mais uma num barco - nas backwaters do Kerala.

Mas a viagem é muito mais que números. Não esquecerei a energia do templo budista de Mahabodhi, em Bodhgaya; nem a viagem de mota, a três, no West Bengal - e os dias que se seguiram na aldeia do Kosik; nem os dias de descanso em Cherai Beach, com a minha amiga Marta, em que fizemos pouco mais do que passear na praia, comer marisco e peixe, fazer massagens ayurveda e conversar horas a fio na varanda e na rede do nosso bungalow em cima da água; nem dos casamentos (dois!) para os quais fui convidado, e que acabaram em festa - um nas backwaters, outro na areia da praia; nem da aldeia do Don, um taxista/político/estudante-de-engenharia-mecânica muito engraçado; nem da ida repentina à farmhouse do Abbey; nem da viagem-relâmpago ao Tamil Nadu com o meu amigo Yaseen; nem do nascer-do-sol mais espectacular de sempre... esse ainda estou para mostrar ;)

Enfim: experiências, como os chapéus, há muitas.

E é preciso agarrar a vida e as oportunidades, há que saber dizer SIM e devolver o abraço. Este mês foi um constante "reminder" disso mesmo. E porque o post já vai longo e tenho de me despachar para embarcar no avião, por hoje fico-me por aqui. E fico muito bem. ;)

Amanhã acordo na Malásia - e daqui a quase-nada estou de volta a Hanói, para receber mais um grupo da Nomad que me vai acompanhar na volta da Indochina.

6 comentários:

Luísa Pinto disse...

ES-PE-TA-CU-LAAAAAAARRR
Jorge, parabéns!

Clara Amorim disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Clara Amorim disse...

Parabéns, Jorge!
E obrigada por teres partilhado connosco tantas experiências e vivências e sensações e sentido de humor e tantas coisas mais..!
Este é, sem dúvida, o melhor blogue de viagens que conheço!
Daqui a 1000 (quiçá já no próximo) posts cá nos encontraremos de novo! :-)

Tânia Magalhães disse...

Parabéns :-)!
Obrigada!

Susana Magalhães disse...

Continua, se fazes favor ... à antiga. :)
Diverte-te que, assim, nós também.

VagaMundos disse...

Muitos parabéns por mais esta "milestone" do Fui dar uma volta, que infelizmente não acompanhamos desde os primeiros dias, mas dos quais já somos leitores assíduos desde a altura da tua viagem mítica até Dakar com o Carlos. Que venham muitos mais posts e acima de tudo que continuem as aventuras, encontros e desencontros, por esse mundo fora.
Abraços