...na Tailândia e no Laos, os monges e noviços budistas rapam o cabelo na lua cheia.
O Patimokka, que é uma espécie de código de conduta seguido pelos Bhikkus (monges e noviços budistas), conta que o príncipe que viria a ser Buda, quando deixou o palácio para procurar um caminho além do envelhecimento, da doença e da morte, uma das primeiras coisas que fez foi rapar o cabelo e vestir um robe amarelo.
As regras estabelecem que o bhikku nunca deve deixar o seu cabelo crescer mais do que uma certa medida ou mais do que determinado tempo. Assim sendo, o bhikku deve rapá-lo uma vez por mês, ou até com maior frequência se este crescer mais do que dois dedos.
Mas atenção: um bhikku não deve arrancar nem pintar os cabelos brancos. Estes são uma lembrança da natureza do nosso corpo, do envelhecimento e da impermanência.
Na prática, rapar o cabelo simboliza uma renúncia clara à vaidade. Os monges não se podem olhar ao espelho, por exemplo. A não ser que tenham alguma ferida ou doença, e que precisem mesmo de o fazer.
Voltando ao ritual de rapar o cabelo: na Tailândia e no Laos, convencionou-se que acontece no dia antes da Lua Cheia. Não há justificações históricas, simbólicas ou supersticiosas. Isto acontece para que toda a comunidade budista apresente uma aparência uniforme. Nem sequer é obrigatório - apesar de que um monge que não siga o exemplo dos outros acaba por se destacar pela diferença... e isso vai contra a postura de um bhikku.
Já agora, uma curiosidade: não tenho a certeza se isto acontece em todo o lado... mas pelo menos aqui no sudeste asiático, os monges e noviços rapam não só o cabelo, mas também as sobrancelhas. Daí a sensação de que "são todos iguais". E esta, hem?
3 comentários:
Estamos sempre a aprender, mais e mais .... :)
Mais um "sempre-a-aprender" muito interessante! :)
"natureza do nosso corpo, do envelhecimento e da impermanência."
Bonito, assim ~
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